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quinta-feira, 02/10/2025




Greve paralisa Grécia contra aumento da jornada de trabalho

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Os maiores sindicatos da Grécia realizaram uma greve geral na quarta-feira (1/10) em protesto contra a possível aprovação de uma reforma trabalhista que permitiria jornadas de trabalho mais longas. Em Atenas e Tessalônica, as duas principais cidades do país, cerca de 8.500 manifestantes, de acordo com a polícia, participaram das demonstrações contra a proposta, que os sindicatos consideram retrógrada. A greve de 24 horas afetou todo o território nacional.

Os serviços de transporte, como táxis, trens, balsas, metrôs e ônibus, sofreram paralisação em diversos horários. Profissionais da educação, saúde e servidores públicos também aderiram ao movimento. Um dos slogans mais utilizados pela multidão reunida em Atenas foi “Não somos máquinas”.

A reforma, proposta pelo governo conservador, prevê que os trabalhadores possam optar por cumprir até 13 horas diárias, com pagamento extra depois das oito horas padrões. Contudo, há receios de que essa decisão não seja voluntária, forçando trabalhadores a jornadas extenuantes, especialmente em um país como a Grécia, que ainda sofre os impactos de uma década de dificuldades econômicas.

Para o governo, a medida visa proporcionar a oportunidade de ganho maior para quem desejar trabalhar mais. Já os opositores afirmam que a proposta transforma os empregados em meros instrumentos de produção.

Hoje, a legislação grega permite uma jornada de oito horas diárias, podendo chegar a até três horas extras. O projeto ainda aguarda análise no Parlamento. Conforme dados da Eurostat, a média semanal de trabalho na Grécia é de 39,8 horas, acima dos 35,8 horas da União Europeia.

“Não somos robôs”

Manos Milonas, trabalhador do aeroporto de Atenas, relata as dificuldades que enfrentaria com a nova jornada.

“Trabalho no aeroporto, que fica distante da cidade. Levo cerca de 1h30 para chegar e o mesmo tempo para voltar, totalizando três horas de deslocamento. Somando as 13 horas de trabalho, seriam 16 horas diárias. Não somos robôs. Como querem que vivamos assim?”, questiona Manos.

Outra participante da manifestação, Electra, que trabalha em um hotel de luxo, comenta sobre as condições impostas aos empregados temporários.

“Dizem que as 13 horas são opcionais, um acordo entre empregado e patrão, mas na prática, quem recusa trabalhar esse período, como eu que sou contratada temporariamente, não é recontratada. Meu contrato acaba em outubro. Acha que me chamarão de volta se eu negar as 13 horas? Isso é uma forma de pressão”, relata Electra.




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