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sexta-feira, 22/11/2024
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Greve de aeronautas atrasa 39% das decolagens em mais de 30 min no DF

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Em Brasília

Ato aconteceu entre 6h e 8h; 12 terminais registraram paralisação. Trabalhadores que fazem check-in, pilotos e comissários estão parados.

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Aeronautas protestam no Aeroporto Internacional de Brasília por reajuste de 11% (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

A paralisação de aeronautas atrasou por mais de meia-hora 39 das 100 decolagens previstas na manhã desta quarta-feira (3) no Aeroporto Internacional de Brasília. De acordo com a Inframerica, responsável por administrar o terminal, 21 voos foram cancelados. O ato aconteceu entre 6h e 8h. Os trabalhadores pedem reajuste de 11% em salários e benefícios, retroativo a 1º de dezembro. Tanto o terminal quanto as empresas aéreas disseram que os voos cancelados poderiam ser retomados ainda nesta quarta.

Se não puderem parar totalmente, peço que reduzam o ritmo, que diminuam a operação. Não deixem os patrões acharem que você está satisfeito com essa situação”
Aeronauta

As companhias estavam com check-in aberto, mas em menor quantidade. A greve incluiu os aeroviários, cujas atividades incluem check-in e despacho de bagagens, e os aeronautas, cuja categoria abrange pilotos e comissários de bordo.

Com megafone e faixas, os trabalhadores informavam aos passageiros sobre os motivos da paralisação e a demanda das categorias. Eles estavam vestidos com uniforme ou com roupas comuns, se dividindo entre salões de embarque e terminais de check-in. A organização estima a presença de 300 manifestantes no saguão de embarque e a PM, 80.

Com gritos de “avião no chão”, os manifestantes afirmavam que nenhuma decolagem aconteceria até o fim do protesto. Os painéis de informação do JK mostravam vários voos cancelados e atrasados até as 7h30, incluindo aqueles marcados para o fim da manhã.

Painel mostra situação dos voos em Brasília durante paralisação de aeronautas (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
Painel mostra situação dos voos em Brasília durante paralisação de aeronautas (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Pouco antes das 7h, integrantes da paralisação tentavam mobilizar colegas que ainda operavam os balcões. “Se não puderem parar totalmente, peço que reduzam o ritmo, que diminuam a operação. Não deixem os patrões acharem que você está satisfeito com essa situação”, afirmava um aeronauta.

O diretor regional do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Luiz Carlos Pereira, afirmou que a lista de demandas vai além do reajuste nos salários. Entre os pedidos, está a criação do “auxílio maquiagem” para as trabalhadoras.

“Eles [os patrões] exigem que elas tenham boa aparência, e esse gasto tem um impacto imenso no orçamento”, diz. O benefício valeria para todas as trabalhadoras que lidam com público, incluindo comissárias e agentes de balcão. Segundo Pereira, nenhuma empresa oferece o auxílio atualmente.

Às 7h50, passageiros de dois voos – para Campinas e Belo Horizonte – já estavam embarcados. As decolagens deveriam ter ocorrido às 6h02 e 6h17.

Aeronautas ocupam saguão do Aeroporto Internacional de Brasília em protesto por reajuste (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
Aeronautas ocupam saguão do Aeroporto Internacional de Brasília em protesto por reajuste (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

As paralisações estão previstas para os aeroportos de Santos Dumont e Galeão, no Rio, Guarulhos e Congonhas, em São Paulo, além de Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Campinas.

As principais empresas aéreas anunciaram que liberarão a remarcação de passagens e farão o reembolso integral de bilhetes, após o anúncio de paralisação dos aeroviários e aeronautas.

A Inframerica informou em nota trabalhar para manter a segurança e operacionalidade do aeroporto, assim como disponibilizar infraestrutura para melhor comodidade dos passageiros e usuários.

“Todas as ações de contingência estão sendo adotadas para que ocorra o menor impacto possível na operação. A segurança da aviação civil e dos passageiros é valor fundamental para a concessionária”, disse. “O Aeroporto de Brasília lamenta os transtornos causados aos passageiros e informa que está trabalhando em conjunto com as companhias aéreas para minimizar os efeitos da greve.”

Monitoramento
A Polícia Militar acompanhou a movimentação e triplicou o efetivo normal para o horário. Além da área onde se concentravam as categorias, militares também monitoravam os balcões de check-in e as vias de acesso, para garantir o trânsito de clientes e motoristas.

Até as 7h30, não havia registro de conflitos. “Houve uma tentativa de impedir o acesso dos trabalhadores, mas o aeroporto abriu rotas alternativas. Os passageiros têm acesso normal”, afirmou o tenente David Sousa, que comandava o policiamento.

Em anos anteriores, as categorias bloquearam as vias de acesso ao Aeroporto JK. A ação não estava prevista para esta quarta.

Movimentação
Dos 40 voos previstos para o período entre 6h e 8h desta quarta-feira (3) no DF, há 21 pousos e 19 decolagens. Para o dia todo são esperados 538 pousos e decolagens. O fluxo médio diário do aeroporto é de aproximadamente 54 mil passageiros.

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