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terça-feira, 17/06/2025




Governos Lula e Bolsonaro são apontados como responsáveis pela fraude no INSS, revela Datafolha

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Raphael di Cunto
Brasília, DF (Folhapress)

A maioria dos brasileiros atribui responsabilidades nas fraudes do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) tanto ao governo Lula (PT) quanto ao governo Bolsonaro (PL), embora a reprovação à gestão petista seja mais acentuada, de acordo com pesquisa do Datafolha.

A crise envolvendo descontos indevidos nas aposentadorias e pensões pelo INSS prejudicou a recuperação da popularidade do presidente Lula, que em junho manteve o maior índice de rejeição já registrado em seus três mandatos: 40% da população avalia o governo como ruim ou péssimo.

A pesquisa, realizada entre 10 e 11 de junho, ajuda a explicar os motivos dessa avaliação, porém revela também que uma parcela significativa da população responsabiliza tanto os governos quanto o próprio INSS pelas irregularidades. Além disso, mostra que quase toda a população, especialmente os idosos, tomou conhecimento das notícias.

Foram ouvidos 2.004 eleitores em 136 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Mais de 70% da população acredita que os governos Bolsonaro e Lula têm, ao menos em parte, responsabilidade pelas fraudes investigadas pela Polícia Federal em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União). As irregularidades começaram ainda no governo Temer, foram facilitadas na gestão Bolsonaro e aumentaram na atual administração.

Porém, mais pessoas culpam mais o governo Lula: 50% consideram que o PT tem grande responsabilidade pelos descontos indevidos, 28% enxergam alguma culpa e apenas 16% não o consideram responsável.

Quanto ao governo Bolsonaro, 41% atribuem alta responsabilidade, 29% veem algum grau de culpa e 22% o inocentam pelos problemas.

Mesmo os simpatizantes admitem alguma responsabilidade, mas tendem a atribuir maior culpa ao adversário.

Eleitores que votaram em Lula no segundo turno acreditam que Bolsonaro tem muita (61%) ou um pouco (18%) de culpa, e apenas 14% o inocentam. Porém também veem defeitos em Lula, sendo 32% consideram alta responsabilidade, 36% menor, e 24% isentam-no.

Para os que votaram em Bolsonaro, há maior isenção com 32%, mas uma proporção significativa encara alguma culpa parcial (40%) ou total (21%). Por outro lado, consideram Lula majoritariamente culpado, com 71% atribuindo muita responsabilidade e 17% alguma, enquanto 8% não culpam o petista.

A atuação do governo Lula para resolver a crise divide opiniões: 38% julgam o desempenho ruim ou péssimo, 26% positivo (ótimo ou bom) e 31% regular.

Quem está bem informado tende a aprovar um pouco mais (33%), enquanto aqueles mal informados aprovam menos (22%).

O governo prometeu ressarcir aposentados e pensionistas pelos descontos indevidos, estabeleceu prazos para contestação e recorreu ao STF para suspender ações judiciais e permitir pagamento fora das regras fiscais.

O Datafolha aponta que 59% acreditam que os beneficiários receberão o dinheiro de volta, porém esperam que o processo seja lento. Entre esses, 80% pensam que a devolução vai demorar, enquanto apenas 20% creem em rapidez. Outros 36% duvidam da restituição.

A informação sobre desvios no INSS alcançou quase toda a população, com apoio significativo (87%) à criação de uma CPI para investigar o caso, e apenas 8% desaprovam o inquérito pelo Congresso.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), atrasou o início da CPI, prometendo instalá-la em 17 de junho, enquanto o governo planeja que a investigação comece no segundo semestre, mantendo o tema na pauta por mais tempo.

Ao todo, 84% dizem já ter ouvido falar dos descontos ilegais; destes, 35% se sentem bem informados, 37% mais ou menos e 13% mal informados. Entre idosos, 94% tomaram conhecimento, contrastando com 60% dos jovens de 16 a 24 anos, faixa etária distante da aposentadoria.

A avaliação do INSS pela população é negativa: 37% dão a nota mínima (1), e somando-se os 14% que atribuem nota 2, resulta em maioria com opinião desfavorável. Apenas 13% dão a nota máxima (5), índice que sobe para 20% quando considerado apenas o público aposentado.




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