Episódio provocou grande desgaste para o governo nas redes sociais
O governo federal avalia que houve um erro de comunicação na divulgação das medidas para combater fraudes na venda de produtos de plataformas digitais, como Shopee e AliExpress. O entendimento é que iniciativas com impacto em grande parcela da população deveriam passar pelo Ministério da Secretária da Comunicação Social (Secom) antes de vir a público.
Para o Planalto, a iniciativa foi mal explicada. As notícias sobre o tema foram baseadas em declarações do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. Na noite de ontem, o Ministério da Fazenda afirmou que nunca existiu isenção de US$ 50 para compras online do exterior. O que a pasta pretende fazer é reforçar a fiscalização.
O episódio provocou grande desgaste para o governo nas redes sociais. A Secom teve que articular um contra-ataque para conter o mal-estar, verificado inclusive na parcela do eleitorado mais identificada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as classes C e D.
Como parte da estratégia, influenciadores foram acionadas para tentar mudar a narrativa. Em uma postagem, o youtuber Felipe Neto destacou que “algumas empresas estão cometendo fraude para fugir do pagamento de impostos”. Procurado, Felipe Neto nega que tenha sido contatado pelo governo para fazer a postagem.
O governo também passou a divulgar cards com esse enfoque para tentar rebater a linha adotada por oposicionistas de que o governo quer prejudicar os consumidores de baixa renda. “Preocupado com suas compras online? Caalma!!! Tudo continua igual para quem compra e vende legalmente pela internet, inclusive o preço! As novas medidas visam inclusive a proteção dos direitos dos consumidores, que irão receber suas compras mais rápido e com mais segurança”, dizia um dos cards divulgados.
O Planalto entende que, a partir do meio-dia, com as iniciativas, foi possível estancar a repercussão negativa das medidas.