MATEUS VARGAS
BRASÍLIA, DF
O governo federal anunciou que dará preferência para comprar produtos fabricados no Brasil em uma compra de R$ 2,4 bilhões em equipamentos para o SUS.
Esse anúncio aconteceu poucos dias depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentar a taxa de imposto sobre produtos importados do Brasil para 50%.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), mesmo que os equipamentos brasileiros custem 10% a 20% a mais do que os importados, eles poderão ser comprados preferencialmente.
Os produtos serão escolhidos em um edital do Novo PAC para a saúde. A Casa Civil publicou uma lista dos itens que terão preferência para produtos nacionais.
A lista inclui itens usados na atenção básica, como aparelhos para diagnóstico, cadeiras de rodas e câmaras frias para conservar vacinas. O edital também pode incluir aparelhos de anestesia, ultrassom portátil e outros equipamentos para atenção especializada.
O ministro e vice-presidente, Geraldo Alckmin, declarou que o governo usará todas as ferramentas para proteger a economia brasileira, incluindo as compras públicas.
Atualmente, o Brasil produz cerca de 45% dos medicamentos, vacinas, equipamentos médicos e outros materiais necessários. A meta é aumentar essa produção para 50% até 2026 e 70% até 2033.
O presidente dos EUA assinou um decreto que impõe uma tarifa extra de 40% sobre produtos importados do Brasil, totalizando 50% de sobretaxa, incluindo 10% já anunciados anteriormente.
Esse aumento não vale para quase 700 produtos, que representam 43% do valor das exportações brasileiras para os EUA. Trump associou essa medida ao julgamento do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Em um evento recente, o presidente Lula falou sobre limites nas negociações da sobretaxa americana e demonstrou preocupação com as relações diplomáticas com os EUA.
Ele afirmou que o governo precisa agir de forma responsável, escolhendo as batalhas que pode vencer nas negociações com os americanos.
O presidente também pediu à sua equipe informações sobre medicamentos importados dos EUA e materiais necessários para fabricação.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comentou que o aumento das tarifas tem impactos na saúde, mas pediu cautela na reação às medidas do presidente americano.
Ele disse que qualquer medida que dificulte o livre comércio afeta o setor da saúde.