MATEUS VARGAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (16) que começou a emitir os cartões do SUS utilizando o CPF (Cadastro de Pessoa Física) para identificar cada pessoa.
Atualmente, é possível que uma pessoa tenha vários números diferentes do Cartão Nacional do SUS na rede pública.
O ministério também anunciou que pretende excluir 111 milhões de cadastros inativos do SUS até abril de 2026. Desde julho, 54 milhões de cadastros já foram desativados e a meta é chegar a 229,3 milhões de registros ativos.
“Agora teremos um número único, o CPF, que pode ser cruzado com outras bases de dados, e é fácil de acessar. Isso vai trazer mais eficiência ao sistema único de saúde”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Ele disse que essa mudança vai facilitar o acesso ao prontuário dos pacientes e ajudar a monitorar a retirada de medicamentos, por exemplo. Os dados atualmente registrados em vários números do SUS não serão perdidos, garantiu o ministro.
O SUS continuará emitindo cadastros provisórios para quem não tem CPF ou não pode apresentá-lo, como pacientes desacordados. Esses cadastros terão validade de um ano.
Segundo o ministério, não será necessário tirar um novo cartão do SUS para usar o CPF; o documento já está disponível em formato digital. “Uma mãe, por exemplo, poderá levar apenas o CPF do filho para vaciná-lo e terá acesso ao histórico de vacinas diretamente no celular pela Caderneta Digital da Criança”, destacou o Ministério da Saúde.
Mesmo com a limpeza dos cadastros, o número de registros no SUS ainda é maior que a população brasileira, que era de 213,4 milhões em julho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Alexandre Padilha explicou que essa diferença ocorre porque o SUS atende estrangeiros e porque novos cadastros eram criados para a mesma pessoa quando ela esquecia de levar seu cartão.
O ministério informou que havia 340 milhões de registros em julho e esse número caiu para 286,8 milhões em setembro. Ainda existem 40 milhões de cadastros ativos sem CPF vinculado.
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse que o CPF agora será um dado importante de cidadania, não apenas um número para impostos. “Teremos uma quantidade valiosa de informações”, afirmou.
A secretária de Informação e Saúde Digital do Brasil, Ana Estela Haddad, destacou que o modelo anterior fragmentava as informações dos usuários do SUS.
“Agora, vamos ter uma base de dados unificada, o que melhora o atendimento e reduz a burocracia nas unidades de saúde. Esse histórico será único, estará vinculado ao CPF e poderá ser acessado em qualquer unidade do país, a qualquer momento”, explicou a secretária.
O ministério disse que 41 sistemas nacionais de saúde começarão a usar o CPF, incluindo bases de dados sobre nascimentos, mortalidade e transplantes. Alexandre Padilha mencionou que vários sistemas precisarão de adaptações, com previsão de cinco a seis meses para a transição completa.