Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais, declarou nesta terça-feira (16/9) que as recentes advertências de autoridades dos Estados Unidos ao Brasil “confirmam a traição” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, e a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, criticaram a condenação do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e indicaram que a administração de Donald Trump planeja retaliar a decisão.
Para a chefe da articulação do governo Lula, Bolsonaro estimula os EUA a atacar o Brasil. “As novas ameaças do governo Trump ao Brasil só comprovam a traição de Jair Bolsonaro, que incita uma potência estrangeira a punir os responsáveis pela Justiça em nosso país”, afirmou a ministra em redes sociais.
Gleisi acusou Rubio e Leavitt de mentirem sobre o julgamento de Bolsonaro e seus aliados. Ela ainda defendeu a decisão da Suprema Corte, que determinou 27 anos e 3 meses de prisão para o ex-presidente por liderar tentativa de golpe contra o país.
“O secretário de Estado Marco Rubio e a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, sabem que estão distorcendo os fatos sobre o julgamento de Bolsonaro e seus cúmplices pelo STF. A condenação ocorreu dentro do devido processo legal por tentativa de golpe. Ao contrário do que afirmam, o processo preservou o estado democrático de direito no Brasil. É ilegal, autoritário e abusivo ameaçar a soberania de outro país, como tem feito o governo Trump para proteger Bolsonaro das punições que recebeu”, completou.
Na segunda-feira (15/9), Rubio disse que os EUA responderão à condenação de Bolsonaro. Em entrevista à Fox News, indicou que a reação pode ocorrer “na próxima semana ou algo próximo disso”.
“Temos juízes ativistas – um em especial – que perseguiu Bolsonaro. Ele tentou aplicar reivindicações extraterritoriais contra americanos ou contra quem publicasse conteúdo online a partir dos EUA, ameaçando ir além disso. Por isso, os EUA responderão a essa situação”, declarou o secretário.
A porta-voz Karoline Leavitt comentou a possibilidade de usar o poder militar dos EUA para “assegurar a liberdade de expressão” ao falar do julgamento.
“Não tenho ações adicionais para anunciar hoje, mas esta é uma prioridade para a administração, e o presidente não hesitará em utilizar o poder econômico e militar dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão globalmente”, afirmou.