IDIANA TOMAZELLI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O governo central enfrentou um déficit de R$ 40,6 bilhões em maio de 2025, conforme anunciado pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (26). Apesar do saldo negativo, este é o melhor resultado para o mês desde 2021, quando o déficit registrado foi de R$ 26,6 bilhões, já ajustado pela inflação.
Com esse resultado, o superávit acumulado do governo no ano caiu para R$ 32,2 bilhões. Esse desempenho é o mais favorável desde 2022, ano em que foi registrado um saldo positivo de R$ 48,2 bilhões, também considerando os efeitos da inflação.
As contas do governo central abrangem o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social.
De acordo com os dados do Tesouro, a despesa total do governo central teve uma redução real de 7,6% em maio em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Parte desse resultado é explicada pela base de comparação: no ano passado, a União aumentou os gastos fora das regras fiscais por meio de créditos extraordinários para ajudar o Rio Grande do Sul, que sofreu com fortes enchentes.
Além disso, os pagamentos de benefícios previdenciários caíram 3,4% em termos reais, influenciados principalmente pela redução no pagamento de precatórios em comparação com maio do ano passado.
Por outro lado, itens preocupantes para as finanças públicas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, continuam em ascensão. Os gastos com essa política cresceram 6,5% no mês de maio.
No acumulado do ano, as despesas totais do governo diminuíram 3,3%. Além do efeito da base de comparação devido à ajuda ao Rio Grande do Sul, o Tesouro também registrou uma queda de 94,8%, equivalente a R$ 31,3 bilhões, nos pagamentos com precatórios para custeio e investimentos. Esses fatores impactaram o resultado fiscal.
Já o BPC apresenta um aumento real de 10,6% nos primeiros cinco meses do ano. Os gastos com políticas sociais somaram R$ 52,3 bilhões.
A receita líquida proveniente de transferências subiu 2,8% em maio, já descontada a inflação. Nos cinco primeiros meses do ano, a alta real foi de 3,3%.
O governo tem como meta fiscal manter o déficit em zero, mas permite uma margem de tolerância que pode chegar a um déficit de até R$ 31 bilhões.
Nos últimos 12 meses, o saldo acumulado é positivo em R$ 18,1 bilhões. Houve uma melhora em relação a abril, principalmente porque o déficit em maio de 2025 foi menor do que o registrado no ano anterior.