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sexta-feira, 12/09/2025

Governo reduz previsão de crescimento econômico para 2024

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IDIANA TOMAZELLI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O Ministério da Fazenda diminuiu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, ajustando de 2,5% para 2,3%, devido a sinais de desaceleração econômica observados a partir do segundo trimestre do ano.

A inflação também deve subir menos do que o esperado, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) previsto em 4,8%, ligeiramente abaixo da meta oficial, mas ainda acima do limite tolerado pelo Banco Central, que é de até 4,5%. A previsão anterior era de 4,9%.

Esses dados foram divulgados no Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), ligada à Fazenda, na quinta-feira (11).

A SPE comentou que a expansão do crédito está desacelerando, influenciada pelas altas taxas de juros e aumento da inadimplência. Mesmo com o desemprego em níveis historicamente baixos, há uma tendência de crescimento mais lento nos rendimentos reais.

Esse ritmo mais lento está ligado às medidas do Banco Central para controlar a inflação, que iniciou em setembro de 2024 um ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic. De 10,5% ao ano, a Selic subiu para 15%, o maior nível desde 2006, e permanece assim.

A SPE prevê que essa desaceleração econômica deve continuar no próximo trimestre. Dados recentes mostram queda na produção industrial e nas vendas do varejo, exceto automóveis e materiais de construção.

Além disso, as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras podem enfraquecer ainda mais a atividade econômica, afetando a indústria, investimentos e comércio exterior.

O boletim dedicou uma seção especial para analisar o impacto dessas tarifas, usando estimativas que consideram 22 setores da economia para entender as relações entre produção, comércio, emprego e preços.

Os resultados indicam que essas tarifas podem reduzir o PIB em 0,2 ponto percentual entre agosto de 2025 e dezembro de 2026, principalmente devido à queda na demanda externa e seus efeitos no investimento.

As exportações para os EUA diminuiriam, sendo parcialmente compensadas pelo redirecionamento para outros mercados, mas a taxa de desemprego aumentaria em 0,1 ponto percentual no mesmo período.

A SPE estima que cerca de 138 mil empregos seriam perdidos, concentrados na indústria (71,5 mil), serviços (51,8 mil) e agricultura (14,7 mil).

O impacto das tarifas é menor quando consideradas as medidas do Plano Brasil Soberano, que oferece crédito subsidiado, benefícios fiscais para exportadoras e prorrogação de prazos para pagamento de impostos.

Com esse plano, a queda do PIB seria reduzida para 0,1 ponto percentual e a perda de empregos para 65 mil no período analisado.

Com a revisão, a previsão de crescimento para 2025 volta ao patamar inicial de 2,3%, ainda mais otimista que a média do mercado financeiro, que projeta crescimento de 2,16% para o ano, conforme o Boletim Focus do Banco Central.

Para 2026, a previsão permanece em crescimento de 2,4% e inflação de 3,6%.

Esses indicadores são fundamentais para o governo, pois influenciam o orçamento público. O crescimento do PIB, por exemplo, significa maior arrecadação de impostos, mas também pode aumentar gastos com benefícios e reajustes salariais, como do salário mínimo.

Da mesma forma, a inflação aumenta a arrecadação em termos nominais, mas também eleva os custos de aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais ajustados pelo índice de preços.

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