A previsão para o crescimento da economia do Brasil em 2025 foi ajustada de 2,5% para 2,3%, conforme relatório divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, nesta quinta-feira (11/9). Essa revisão ocorreu após o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre ficar aquém do esperado em julho, refletindo os efeitos da política monetária sobre crédito e atividade econômica.
De acordo com o Ministério da Fazenda, o PIB do segundo trimestre mostrou desaceleração no crescimento das atividades e uma contribuição negativa da demanda interna para o progresso econômico. “O ritmo de crescimento das concessões de crédito diminuiu, juntamente com o aumento das taxas de juros bancárias e da inadimplência”, explicou a pasta.
Apesar da taxa de desemprego continuar em seu menor nível histórico, já é possível notar uma desaceleração na expansão da renda real das famílias.
Os dados econômicos divulgados fazem parte do Boletim Macrofiscal de Setembro, um relatório bimestral que apresenta as previsões de curto e médio prazo para indicadores econômicos e de inflação, utilizados no planejamento orçamentário federal.
Impactos das tarifas
A SPE informou que os efeitos das tarifas impostas terão impacto modesto na economia. Entre agosto de 2025 e dezembro de 2026, as tarifas devem reduzir o PIB em aproximadamente 0,2 ponto percentual em relação ao cenário de referência. Este impacto está vinculado à diminuição da demanda externa, afetando principalmente os investimentos.
“As exportações líquidas diminuem em 0,1 ponto percentual em relação ao PIB, com a redução nas vendas para os Estados Unidos sendo parcialmente compensada pelo redirecionamento para outros mercados”, informou o ministério.
Segundo a Fazenda, a taxa de desemprego deve aumentar 0,1 ponto percentual no acumulado do período. A estimativa de perda de empregos gira em torno de 138 mil postos, concentrados na indústria (71,5 mil, representando -0,4% do total de trabalhadores), serviços (51,8 mil, -0,1% do estoque) e, em menor escala, agropecuária (14,7 mil, -0,1% do estoque).
Em agosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Sobre o PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um ano. Um crescimento indica que a economia está em expansão, enquanto uma queda aponta retração da atividade econômica.
A estimativa do Banco Central para o crescimento do Brasil em 2024 é de 2,1%. Para o mercado financeiro, a previsão para o PIB em 2025 é de um avanço de 2,19%. Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%, contra 3,2% no ano anterior.
Projeção do PIB para o terceiro trimestre
A economia do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre, indicando uma redução no ritmo de crescimento da atividade econômica. A Fazenda espera que o PIB do terceiro trimestre desacelere em relação ao trimestre anterior, com previsão de crescimento de apenas 0,4% em relação ao trimestre anterior, após alta de 0,3% no segundo trimestre.
“O ritmo de crescimento trimestral caiu de 1,3% no primeiro trimestre para 0,4% no segundo, refletindo a queda na produção da indústria de transformação e construção, além da redução nos serviços públicos. Na perspectiva da demanda, houve desaceleração no consumo das famílias e queda no consumo do governo e nos investimentos”, destacou o relatório.
Outras projeções para 2025 e 2026
- 2025: PIB real de 2,3%, inflação medida pelo IPCA acumulada em 4,8%, INPC acumulado em 4,7% e IGP-DI acumulado em 2,6%
- 2026: PIB real de 2,4%, IPCA acumulado em 3,6% e INPC acumulado em 3,3%