Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, se reuniu com empresários dos setores industrial e agropecuário para discutir a decisão dos Estados Unidos de elevar as tarifas de importação para 50% sobre produtos brasileiros.
Durante o encontro, os empresários mostraram confiança nas negociações do governo e preferem evitar retaliações, pois os setores já sofrem prejuízos significativos.
Algumas associações sugeriram que o Brasil peça para adiar o início da aplicação dessas tarifas, marcado para 1º de agosto.
Alckmin disse que o governo quer fazer o máximo para conseguir um acordo antes que essas tarifas entrem em vigor.
Ele destacou que conversou com representantes dos setores mais envolvidos no comércio com os EUA, como aviação, aço, alumínio, máquinas, têxteis, calçados, papel e celulose, e que todos estão alinhados em buscar uma solução negociada. Relatou ainda o compromisso do presidente Lula em revisar essa situação.
De janeiro a junho deste ano, as exportações do Brasil para os EUA aumentaram 4,37%, enquanto as importações americanas para o Brasil subiram 11,48%. Alckmin afirmou que é um momento recorde para os EUA exportarem para o Brasil e que estão unidos para tentar reverter essa decisão.
O setor produtivo brasileiro também se comprometeu a dialogar com parceiros americanos para diminuir os prejuízos causados pelas tarifas.
Ele ressaltou que essa relação comercial é importante para ambos os países e que isso pode afetar os preços de produtos e a economia americana, além de ser uma chance para abrir novas negociações comerciais.
Novas oportunidades de mercado
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, que também participou da reunião, lembrou que desde o início do governo Lula o objetivo é ampliar os mercados para os produtos agrícolas brasileiros.
Ele informou que foram abertos 393 novos mercados e reforçou a importância de manter as vendas para os EUA. Mesmo com o anúncio das tarifas, o setor esperava que as exportações de carne dobrassem este ano. O diálogo está aberto, sempre respeitando a soberania do Brasil.