O governo federal terá que conseguir um superávit primário de R$ 27,1 bilhões nos últimos três meses de 2025 para atingir a meta fiscal mínima estabelecida. Essa informação é do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) divulgado pela Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) nesta quinta-feira, 23.
A rejeição da Medida Provisória que previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso em 8 de novembro dificultou essa conquista, segundo os analistas da IFI. O governo contava arrecadar R$ 10,6 bilhões com essa MP ainda neste ano, valores que estavam incluídos nas previsões fiscais.
Segundo Alexandre Andrade, diretor da IFI, e o analista Pedro Souza, com o fim dos efeitos da MP nº 1.303, a equipe econômica pode ser obrigada a realizar cortes de gastos no próximo balanço fiscal que será publicado no fim de novembro, a menos que haja fontes compensatórias para essa perda de receitas.
De janeiro a setembro de 2025, o governo central já acumulou um déficit primário de R$ 58,1 bilhões, quando desconsiderados gastos que não impactam o cumprimento da meta. Para atingir o equilíbrio fiscal, seria necessário gerar um superávit equivalente a esse valor nos meses seguintes.
Para cumprir o limite mínimo da meta – um déficit de R$ 31 bilhões -, o superávit necessário no último trimestre é de R$ 27,1 bilhões. No entanto, a IFI alerta que alcançar esse resultado pode ser complicado devido a uma possível queda nas receitas e ao aumento do déficit das empresas estatais, principalmente dos Correios, o que pode requerer ajuda financeira do Tesouro.
O desafio do governo será grande para equilibrar as contas e cumprir o compromisso fiscal estabelecido.

