O governo federal está avaliando nomes para substituir o ministro do Esporte, André Fufuca, e também considerando manter Celso Sabino no comando do Ministério do Turismo. Essa decisão surge após o rompimento do PP e do União Brasil com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), partidos desses ministros, que ameaçam punir membros que permanecerem nos cargos federais. O governo, por sua vez, exige total apoio às suas pautas.
Tanto Celso Sabino quanto André Fufuca resistem a sair dos ministérios, buscando apoio do presidente para seus projetos políticos em seus estados, Pará e Maranhão, importantes para a base eleitoral do presidente. Eles também tendem a buscar suporte dentro do Centrão, o que pode incluir alas governistas dos próprios partidos e outros núcleos do grupo.
Para a pasta do Esporte, a troca é considerada plausível, dado o interesse de diversos membros do Centrão na posição em um ano pré-eleitoral. Entre os possíveis substitutos cotados no PT está Ricardo Gomyde, ex-secretário Nacional de Futebol e Defesa do Torcedor, que já trabalhou no ministério durante o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff e mantém boas relações com setores do partido.
Já a permanência de Sabino é mais complicada por seu papel na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), e sua posição como presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo. Isso faz com que o governo prefira mantê-lo no cargo. Embora haja conversas sobre uma possível troca do União Brasil pelo MDB para essa função, ainda não houve negociação efetiva com o governador do Pará, Helder Barbalho. Também se cogita um licenciamento partidário para Sabino.
Se houver substituição, Marcelo Freixo, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e ex-deputado, é visto como um candidato capaz de dar prosseguimento aos projetos da COP sob o Ministério do Turismo.
Após a declaração de rompimento dos partidos União Brasil e PP, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, alertou que os ministros e outros integrantes das legendas que permanecerem no governo deverão demonstrar total comprometimento com as pautas do presidente. Quem quiser ficar nos cargos deverá apoiar integralmente as propostas governamentais e trabalhar pela aprovação no Congresso.
Fontes do governo indicam que a permanência de Fufuca e Sabino depende de aceitar essas condições. Caso permaneçam, terão que enfrentar resistência dentro de seus próprios partidos, cujo comando ameaça aplicar sanções para quem não seguir as ordens de deixar os cargos.
Os partidos União Brasil e PP são responsáveis por quatro ministérios: Esporte, com Fufuca; Turismo, com Sabino; Integração e Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes; e Comunicações, com Frederico Siqueira. As indicações feitas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que ocupam os últimos dois ministérios, são consideradas cargos pessoais e seus titulares não são filiados ao União Brasil, logo permanecem em seus postos.