IDIANA TOMAZELLI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O Governo Federal vai destinar R$ 6 bilhões ao BNDES para oferecer uma nova linha de crédito destinada a financiar a compra de caminhões.
Esse empréstimo terá uma taxa de juros subsidiada, prevista em cerca de 14% ao ano, um pouco abaixo da taxa básica Selic, que está atualmente em 15% ao ano.
A medida foi publicada nesta terça-feira (16) em uma Medida Provisória (MP) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com vigência imediata e estabelece o limite máximo do repasse do Tesouro ao BNDES.
Além do valor do Tesouro, o BNDES também aportará recursos próprios, formando uma combinação de fundos subsidiados e de mercado, conhecida como “blend”.
Após a publicação da MP, o governo enviará uma mensagem ao Congresso para adaptar um projeto de lei e permitir a liberação dos recursos no Orçamento.
Este repasse será registrado como uma despesa financeira do Tesouro Nacional e não afetará as regras fiscais, mas aumentará a dívida pública.
Os apoiadores da medida argumentam que o setor de caminhões está passando por uma forte desaceleração, que pode impactar os empregos.
Por outro lado, há críticos que consideram essa iniciativa como o início de um novo Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que no passado consumiu muitos recursos públicos e contribuiu para desequilíbrios econômicos.
Especialistas do governo afirmam que limitar o repasse a R$ 6 bilhões na MP ajuda a evitar os riscos associados a esse tipo de programa.
O setor de caminhões havia solicitado apoio, e a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) defendeu linhas de crédito mais acessíveis para enfrentar a desaceleração do mercado.
Igor Calvet, presidente da Anfavea, comentou que créditos com juros menores seriam fundamentais para renovar a frota e estimular o mercado.
Ele ressaltou que um crédito mais barato poderia motivar os consumidores e favorecer as vendas no momento atual.

