Discussões em Brasília ocorrem em meio a críticas de dezenas de países à Lei Antidesmatamento da UE
O governo brasileiro leva discussões sobre o chamado “protecionismo verde” — em que barreiras comerciais são justificadas por práticas sustentáveis — à mesa de negociação do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimento do G20, que se reúne ao longo desta semana em Brasília.
O ápice das discussões acontece nesta quinta-feira (24), com reuniões entre ministros de comércio e investimento dos países membros do G20. A ideia do governo brasileiro é de que a conclusão das discussões resulte em um documento de consenso — e que constem no texto avanços no debate sobre o protecionismo verde.
Estas discussões ocorrem em meio às críticas de dezenas de países à Lei Antidesmatamento da União Europeia, que endurece regras para a importação de produtos com origem em áreas desmatadas. Um dos participantes do GT do G20 é o comissário de Comércio da União Europeia, Valdis Dombrovskis.
O presidente Lula e outros membros do governo brasileiro acusaram o bloco do velho continente de “protecionismo verde” — especialmente após o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE melar por demandas de sustentabilidade estabelecidas pelos europeus.
A presidência brasileira propõe que os membros do G20 cheguem a consensos sobre princípios para elaboração e implementação de medidas de desenvolvimento sustentável relacionadas ao comércio internacional.
As discussões do GT de desenvolvimento e comércio acontecem desde a segunda-feira (21) na capital do país. Até aqui houve reuniões entre técnicos e encontros bilaterais. A declaração seria levado à cúpula de líderes do grupo, que acontece em novembro, no Rio de Janeiro.
Há cerca de 37 países representados nas reuniões desta semana, entre delegados de membros do G20 e países e organizações internacionais convidados. Também é tema discutido pelo GT uma reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).