O Ministério da Saúde iniciou uma campanha em São Paulo para incentivar a doação de órgãos no Brasil. O principal objetivo é reduzir a recusa das famílias, que ainda acontece em 45% dos casos.
Alexandre Padilha, ministro da Saúde, destacou que a mensagem central para as famílias é a segurança e seriedade do Programa Nacional de Transplantes, reconhecido no mundo todo. O lançamento aconteceu no Hospital do Rim, em São Paulo.
Alexandre Padilha afirmou: “Quando um profissional de saúde conversar com a família sobre doação, saiba que esse profissional representa um programa muito seguro e reconhecido internacionalmente.”
Ele também reforçou que o sistema de saúde brasileiro não envolve venda ou tráfico de órgãos, sendo um programa sólido que oferece total segurança para as famílias.
Em 2019, a Agência Brasil já destacou que a principal causa de recusa para doação de órgãos é a negativa da família, muitas vezes porque não sabem qual era a vontade do ente querido que faleceu.
Segundo o médico José Medina Pestana, superintendente do Hospital do Rim, hoje a morte encefálica é compreendida pela população e não há barreiras religiosas ou culturais para a doação. O principal motivo para a negativa é que a pessoa nunca informou à família que queria ser doadora.
Nova Política Nacional de Doação e Transplantes
Na ocasião, Alexandre Padilha também assinou uma portaria que cria a Política Nacional de Doação e Transplantes, a primeira desde 1997. Esta política organiza princípios do Sistema Nacional de Transplantes, reforçando ética, transparência, anonimato e gratuidade pelo SUS.
Um avanço importante é a inclusão dos transplantes de intestino delgado e multivisceral no SUS, permitindo que pacientes com falência intestinal sejam tratados integralmente na rede pública, desde a reabilitação até o pós-transplante.
A política também incorpora o uso da membrana amniótica, obtida da placenta, para tratamento de queimaduras, especialmente em crianças, ajudando na cicatrização e na redução da dor e infecções.
Alexandre Padilha ressaltou que a nova política permite melhor distribuição dos órgãos, assegurando rapidez e equidade no acesso aos transplantes em todas as regiões do país.
Foi lançado também o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Prodot), que valoriza as equipes hospitalares responsáveis por identificar doadores, oferecendo incentivos financeiros conforme o desempenho e volume de doações.
Sistema Único de Saúde (SUS) é referência em transplantes
O Brasil está em terceiro lugar no mundo em número absoluto de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos e China, e lidera em transplantes realizados integralmente por sistema público. No primeiro semestre deste ano, foram 14,9 mil transplantes, recorde histórico.
Mais de 80 mil pessoas aguardam por um transplante no país. Por isso, o Ministério da Saúde destaca a importância de sensibilizar as famílias para a doação de órgãos, já que elas têm a palavra final na decisão.
A campanha utiliza o slogan Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece. Converse com sua família, seja um doador e será veiculada em setembro, mês do Dia Nacional da Doação de Órgãos, no dia 27.