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domingo, 28/12/2025

Governo lança 4º leilão para financiar projetos verdes

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Em Brasília

PEDRO LOVISI
FOLHAPRESS

O governo federal lançou nesta sexta-feira (14), durante a COP30, o quarto leilão do Eco Invest Brasil, uma iniciativa que visa atrair recursos privados para projetos ambientais, oferecendo empréstimos com juros baixos para bancos por meio do Fundo Clima. Nesta edição, o objetivo é captar investimentos para biotecnologia, turismo ecológico e infraestrutura, sendo que esta última é restrita à Amazônia Legal.

No leilão, que acontecerá em janeiro do próximo ano, as instituições financeiras farão ofertas indicando quanto pretendem movimentar no mercado financeiro, usando como base um empréstimo inicial do governo a uma taxa de juros de 1% ao ano. Ganham os bancos que conseguirem comprometer os maiores aumentos de capital, que devem ser pelo menos quatro vezes o valor inicial emprestado.

Embora os ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima não tenham divulgado o valor exato do empréstimo, a expectativa do governo é captar entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões. Pelo menos 60% do montante captado pelos bancos vencedores deve vir de fontes internacionais.

Esses recursos poderão ser utilizados diretamente em projetos da política governamental ou investidos em fundos relacionados às áreas do leilão.

Esse modelo permite que instituições financeiras invistam em projetos de maior risco, como os da bioeconomia, pois recebem recursos a uma taxa de juros baixa (1%, comparado aos 15% da Selic), podendo emprestar com taxas de mercado.

Além disso, os bancos podem captar até 20% do total alavancado no mercado privado junto ao governo. Esse valor pode ser aplicado em ativos de baixo risco e o lucro obtido pode cobrir eventuais perdas iniciais dos projetos, além de custear assistência técnica e infraestrutura.

Os recursos serão destinados a sete áreas principais: bioeconomia, restauração e manejo florestal, bioindustrialização, turismo ecológico, turismo de base comunitária, infraestrutura aquaviária e portuária, e infraestrutura habilitante como geração de energia, conexão de internet e gestão de resíduos. Pelo menos 25% dos investimentos devem ser realizados na Amazônia Legal.

Segundo as regras do leilão, pelo menos 10% dos recursos devem ir para projetos de bioeconomia, e no máximo 40% para restauração produtiva e manejo florestal, incluindo atividades madeireiras.

Este leilão faz parte de uma estratégia do governo federal para aumentar o investimento privado em setores considerados estratégicos.

O primeiro leilão, realizado no ano passado, atraiu R$ 37,5 bilhões para projetos de transição ecológica. O segundo, em abril, captou R$ 13,7 bilhões para restauração de áreas degradadas. O terceiro está previsto para dezembro, com foco em investimento em startups ambientais.

O anúncio desta quarta edição foi feito no pavilhão do Brasil na COP30, com a participação remota do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que destacou a importância da preservação da Amazônia afirmando: “Esperamos que a floresta em pé tenha mais valor do que a desmatada”.

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