23.5 C
Brasília
quinta-feira, 18/09/2025

Governo exagera na previsão do orçamento de 2026, alerta IFI

Brasília
nuvens quebradas
23.5 ° C
23.5 °
23.4 °
50 %
1.5kmh
75 %
sex
26 °
sáb
31 °
dom
32 °
seg
32 °
ter
26 °

Em Brasília

FELIPE GUTIERREZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
– A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, publicou um relatório apontando que o governo fez previsões muito otimistas no orçamento para 2026. Segundo a instituição, tanto as projeções econômicas quanto as expectativas de receitas estão superestimadas.

Em 29 de agosto, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026, prevendo um superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a R$ 34,5 bilhões.

Essa projeção não considera despesas que estão fora das regras fiscais, como algumas decisões judiciais. O governo firmou acordo com o Supremo Tribunal Federal para excluir certos gastos da regra fiscal.

No entanto, alcançar essa meta mesmo sem as despesas excluídas será difícil, segundo a IFI, pois parte significativa das receitas previstas pelo governo ainda é incerta.

Por exemplo, algumas medidas ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso, como a medida provisória anunciada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), que modificou isenções fiscais, aumentou impostos para fintechs e apostas, e estabeleceu regras para créditos tributários.

Além disso, há negociações no Congresso para revisar benefícios fiscais e alterações no Imposto de Renda, que podem modificar a arrecadação prevista.

Outro ponto é que parte da receita estimada provém de acordos tributários com contribuintes, como recuperação de créditos da dívida ativa da União e controle mais rigoroso sobre compensações tributárias.

O governo também espera obter receita com leilões de petróleo e dividendos das estatais.

Segundo a IFI, cerca de R$ 60,7 bilhões previstos no PLOA podem não se realizar efetivamente.

Além disso, a evolução do PIB e da inflação influenciam diretamente as finanças públicas, e a IFI considera que o governo foi otimista nessas projeções.

A IFI estima crescimento do PIB de 1,7%, enquanto o governo projeta 2,4% no PLOA.

Quanto à inflação, a IFI calcula 4,3%, e o governo espera 3,6% para 2026.

Essa diferença nos números aumenta as dúvidas sobre a capacidade do governo de atingir o superávit primário previsto.

Também existem divergências nas estimativas de despesas, especialmente em benefícios previdenciários e assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), abono e seguro-desemprego, devido a premissas otimistas sobre inflação e controle dos pagamentos.

A IFI conclui que, para alcançar o superávit de 0,25% do PIB no próximo ano, o governo precisará encontrar novas fontes de receita.

Veja Também