Pedro Sánchez vai perdoar líderes do movimento separatista de 2017 em tentativa de iniciar negociações com a Catalunha.
O governo da Espanha aprovou o indulto, nesta terça-feira (22), para os nove líderes separatistas catalães presos pela tentativa de secessão de 2017.
“Com este ato queremos abrir uma nova fase de diálogo, de reconciliação e parar, de uma vez por todas, com as divisões e confrontos”, disse o primeiro-ministro Pedro Sanchez em pronunciamento televisionado.
Os indultos são considerados insuficientes pelos independentistas, no poder na Catalunha, que exigem uma anistia – o que implicaria o apagamento dos crimes cometidos e a realização de um referendo de autodeterminação, possibilidades descartadas por Madri.
“Os indultos não fornecem uma solução para a causa geral”, enfatizou o presidente catalão, Pere Aragonès.
A decisão precisa cumprir algumas etapas administrativas, mas deve ser implementada rapidamente, segundo comentaristas políticos ouvidos pela imprensa espanhola.
Com a medida, o governo Sanchez pretende melhorar a relação com a região nordeste do país, além de tentar iniciar negociações entre o governo espanhol e as autoridades da Catalunha.
“A confrontação não ajudou a resolver nenhum problema, para chegar a um acordo alguém precisa dar um primeiro passo, e o governo espanhol vai dar esse primeiro passo agora”, disse Sanchez.
As pesquisas de opinião indicam que cerca de 60% dos espanhóis são contra a libertação dos nove políticos e ativistas que foram presos em 2019 por terem participado de eventos ligados à tentativa de separação da Catalunha (foi a maior crise política no país em décadas). Nenhum dos partidos que fazem oposição a Sanchez é favorável à medida.
Veja abaixo quem são os políticos que receberam o indulto do governo da Espanha:
- Oriol Junqueras: Esse é o mais conhecido dos líderes detidos. Ele foi condenado a 13 anos de cadeia por sedição e desvio de verbas públicas. Ele era o líder do governo regional durante o referendo de 2017, quando houve uma declaração de independência (que não aconteceu). Junqueras foi eleito mesmo preso. Recentemente, afirmou que seu grupo cometeu erros em 2017.
- Raul Romeva: Membro do partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC). Ele era chefe de relações exteriores da Catalunha durante o referendo.
- Jordi Turull: Turull era o porta-voz do governo regional em 2017.
- Dolors Bassa: Ele era líder da pasta de trabalho e questões sociais no governo regional em 2017.
- Carme Forcadell: Ela era a líder do Parlamento Catalão nos eventos de 2017. Antes disso, ela foi de uma organização da entidade civil separatista.
- Joaquim Forn: Ele era responsável pela polícia regional.
- Josep Rull: Era um dos chefes da pasta de infraestrutura e temas ambientais da Catalunha.
- Jordi Sanchez: Ele era o presidente da organização ANC em 2017. Ele organizou protestos para apoiar o referendo.
- Jordi Cuixart: Ex-líder da organização Omnium, de desobediência civil. Ele fez campanha para o referendo e foi preso duas semanas após a votação.
- Santi Vila, Merixell Borras e Carles Mundo: Os três eram do governo catalão e foram condenados por desobediência.