No dia seguinte à aprovação do PL Antifacção, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), usou suas redes sociais para criticar o governo, afirmando que a base governista “escolheu o caminho errado ao não unir forças para combater a criminalidade”.
Segundo ele, “não se deve confundir ou enganar a população, que diariamente enfrenta a violência, com informações falsas”. Essa declaração ocorreu pouco tempo depois do presidente Lula (PT) manifestar críticas à redação do projeto aprovado na Câmara.
“É muito sério que se tente deturpar os efeitos de um Marco Legal para o Combate ao Crime Organizado, que tem como objetivo fortalecer a atuação do Estado na área de segurança pública”, publicou Motta em sua conta no X (antigo Twitter).
O projeto, inicialmente encaminhado ao Congresso pelo governo Lula (PT), teve como relator na Câmara o secretário de segurança pública de São Paulo afastado, Guilherme Derrite (PP-SP), aliado do governador Tarcísio de Freitas. Após diversas alterações, a versão final do texto foi aprovada na noite de terça-feira (18/11), após intensas negociações entre líderes e governadores.
No desfecho, o governo perdeu parte da disputa ao ver sua proposta, embora aprovada, ter sido alterada significativamente na Câmara em comparação à versão original.
Mais cedo, o presidente Lula criticou a formulação do texto, afirmando que a proposta enfraquece o combate ao crime organizado e acaba beneficiando aqueles que querem fugir da lei.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que o parecer do relator tornará o enfrentamento às facções criminosas muito mais difícil. Por sua vez, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, reconheceu que existe uma crise de confiança entre o governo e Hugo Motta.
