Um comitê formado por vários ministérios, criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai se reunir com empresários da indústria e do agronegócio para planejar estratégias contra as tarifas de 50% aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
Este grupo inclui o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a Casa Civil, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Fazenda, e será liderado pelo vice-presidente e chefe do MDIC, Geraldo Alckmin.
Em uma entrevista na tarde de segunda-feira (14), no Palácio do Planalto, Alckmin explicou que as primeiras reuniões acontecerão na terça-feira (15), na sede do MDIC em Brasília.
A primeira, às 10h, será com setores industriais que mais comercializam com os EUA, como aviação, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados e autopeças. Entidades setoriais e empresas participarão, junto com um representante do Ministério de Portos e Aeroportos.
À tarde, às 14h, será a vez das empresas do agronegócio, incluindo exportadores de suco de laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescado. Também participarão representantes do Ministério da Agricultura (Mapa), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério da Pesca.
Alckmin ressaltou que este é apenas o começo das conversas, que continuarão com entidades e empresas americanas, pois há uma interligação nas cadeias produtivas e as empresas dos EUA também serão afetadas.
Ele citou que o Brasil importa carvão siderúrgico dos EUA para produzir aço e depois vende esse aço para o mercado norte-americano, que fabrica produtos com maior valor agregado.
Mesmo sem contato recente com autoridades americanas após o anúncio das tarifas, Alckmin afirmou que o Brasil já havia enviado, em 16 de maio, uma proposta de negociação confidencial para os EUA, que ainda não foi respondida.
Alckmin se reuniu anteriormente com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e com Michael Grier, funcionário do Representante Comercial dos EUA (USTR).
A expectativa é que a participação dos setores brasileiros afetados mobilize também as empresas americanas. O vice-presidente negou que o Brasil tenha pedido redução da tarifa neste momento.
“O governo não solicitou prorrogação nem redução da tarifa. Estamos ouvindo os setores para que o setor privado brasileiro possa colaborar com seus parceiros nos EUA e fazer essa articulação, enquanto o governo também age. O objetivo é reverter essa tarifa que consideramos inadequada”, afirmou Alckmin.
*Informações Agência Brasil