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domingo, 24/11/2024
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Governo de Israel ironiza Brasil e Lula nas redes; Amorim indica ‘aumento de irritação’ em Brasília

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Em Brasília

© Folhapress / John Minchillo
Em mais um capítulo da polêmica envolvendo as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o que acontece na Faixa de Gaza, o chanceler israelense, Israel Katz, fez uma postagem em português em sua conta no X marcando Lula e dizendo que Tel Aviv ainda está esperando o pedido de desculpas do presidente brasileiro.
Segundo Katz, a comparação feita pelo mandatário no domingo (18), dizendo que Israel faz na Faixa de Gaza o mesmo que Adolf Hitler contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial, foi “uma vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”.

Além da declaração de Katz, uma conta oficial associada ao governo israelense recorreu ao questionamento “What comes to mind when you think of Brazil?” (“O que vem à sua mente quando você pensa no Brasil?”), que estava circulando na plataforma, para responder: “Before or after Lula went full on Holocaust denier?” (“Antes ou depois de Lula ter negado o Holocausto?”)

 

 

Apesar da postagem, a declaração do presidente brasileiro não nega o Holocausto.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino nunca aconteceu em nenhum outro momento histórico. Na verdade aconteceu: quando Hitler decidiu matar os judeus. Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”, afirmou Lula em entrevista coletiva no domingo, ao terminar sua agenda na Etiópia.

O governo brasileiro reagiu, através do assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, que afirmou não terem cabimento as declarações de Israel Katz.
“No meu tempo de jovem, em que os documentos eram escritos, uma nota dessas era devolvida. Não devia sequer ser lida. Não tem cabimento nenhum”, disse Amorim ao jornal O Globo.
Ao emitir sua opinião, Amorim indicou que a possibilidade de um pedido de perdão por parte de Lula é praticamente nula.
O ex-chanceler também demonstrou que as manifestações desta terça-feira (20) da chancelaria israelense aumentaram ainda mais o nível de irritação do governo brasileiro e que “foi dado um tratamento ultrajante ao nosso embaixador [em Israel]”.
Para integrantes do governo ouvidos pelo jornal, a subida de tom israelense é uma “provocação” e tem o objetivo de ofuscar os debates no Conselho de Segurança das Nações Unidas, principalmente a votação de hoje.
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro até o momento, a campanha militar israelense já deixou mais de 30 mil palestinos mortos. Do lado israelense, cerca de 1.330 pessoas foram mortas, segundo a AP News.
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