Opositora de Maduro, Corina Yoris, não conseguiu se inscrever para disputar as eleições no país este ano
O governo brasileiro elevou o tom e manifestou preocupação com o processo eleitoral na Venezuela, criticando o impedimento de registro da candidata de oposição Corina Yoris, em nota divulgada pelo Itamaraty nesta terça-feira, 26.
“O governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país”, diz a nota do Ministério das Relações Exteriores.
“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados”, acrescenta a nota da chancelaria brasileira.
O Itamaraty aponta, ainda, que não houve até o momento qualquer explicação oficial para o impedindo de registro de Yoris.
O Brasil é um dos fiadores do acordo de Barbados, negociado entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, que estipula que candidatos sejam livremente eleitos pelas forças políticas do país, de acordo com procedimentos internos e a constituição venezuelana, bem como proporciona garantias para a realização das eleições neste ano.
Até agora, o governo brasileiro mantinha um otimismo no cumprimento das cláusulas por Maduro, inclusive com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo o processo eleitoral no país vizinho.
A nota, no entanto, ainda destaca que outros 11 candidatos de oposição puderam se inscrever no pleito e repudia possíveis novas sanções contra a Venezuela.
“O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”, diz o texto.
O acordo de Barbados levantou sanções impostas pelos EUA ao país em troca de passos para realização de eleições livres no país. O não cumprimento pode levar o governo norte-americano a reinstalar as medidas restritivas.