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sábado, 27/12/2025

Governo aumenta preço do gás para revendedoras do Gás do Povo

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Em Brasília

ALESSANDRO DA CONCEIÇÃO
FOLHAPRESS

Os Ministérios da Fazenda e de Minas e Energia resolveram um impasse com os revendedores de gás e ajustaram os preços de referência do botijão de 13 kg usado no programa Gás do Povo. A mudança, publicada no Diário Oficial da União em 17 de novembro, abrange revendedoras autorizadas em dez estados.

Os novos valores valem para Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

O programa oferece botijão de cozinha gratuito para cerca de 15,5 milhões de famílias com baixa renda.

O governo espera que 60 mil revendedoras participem da iniciativa.

O reajuste foi necessário poucos dias após a divulgação dos preços iniciais. Associações do setor, como a Abragás (Associação Brasileira de Entidades de Classe das Revendas de Gás LP), demonstraram insatisfação. Elas disseram que os preços definidos anteriormente não cobriam os custos das operações e estavam fora da realidade.

O estado do Amazonas teve o maior aumento, com o preço de referência passando de R$ 94,89 para R$ 113,00. Os preços atuais valerão até 31 de dezembro, com nova atualização prevista para 2026, segundo portaria publicada em outubro.

O setor vê o programa como algo em desenvolvimento, que precisará de constantes ajustes. Sergio Bandeira, presidente do Sindigás, afirma: “Vamos acompanhar diariamente o que funciona e o que precisa ser corrigido para que tudo dê certo”.

Sergio Bandeira acrescenta que as empresas sabem que a indústria nacional não consegue atender toda a demanda e que será necessário importar botijões. Ele também defende a criação de mecanismos automáticos para reajustes, principalmente com o aumento do ICMS que começará em janeiro.

Para o presidente da Abragás, José Rocha, o sucesso do programa depende de uma remuneração justa para as revendedoras. “Se não houver pagamento adequado, haverá pouca participação”, alerta.

A associação sugere considerar os preços médios regionais, calculados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), para definir os valores. José Rocha comenta que, mesmo que essas pesquisas tenham pequenas diferenças, elas refletem melhor a realidade local.

Além do reajuste anual, o programa agora prevê revisões extras que podem ser feitas quando situações específicas acontecerem, conforme decisão do Comitê Gestor.

O modelo atual, com os preços sendo decididos por um comitê, é visto como um problema pelo setor. “As revendedoras não aceitam preços congelados esperando a decisão do comitê para autorizar qualquer aumento”, diz José Rocha.

Ele observa que a adesão lenta ao programa mostra a necessidade de uma relação mais justa entre governo e revendedoras. “Para acelerar a adesão, é fundamental que o governo trabalhe em parceria com o setor, oferecendo uma remuneração adequada”, conclui.

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) investiu R$ 94 milhões na primeira fase do Gás do Povo, iniciada em 24 de novembro, beneficiando 1 milhão de casas em dez capitais, com recarga gratuita do botijão de 13 kg. São Paulo é a capital com maior número de famílias beneficiadas, com 323 mil.

O programa está passando do pagamento em dinheiro para a entrega direta de vales-recarga, com meta de atender 15 milhões de famílias até março de 2026, priorizando famílias do CadÚnico com renda de até meio salário mínimo.

Tabela de preços por estado – referência nov/2025 (em R$) – botijão 13 kg

  • Acre – 122,12
  • Alagoas – 91,49
  • Amapá – 114,17
  • Amazonas – 113,00
  • Bahia – 105,35
  • Ceará – 102,13
  • Distrito Federal – 95,52
  • Espírito Santo – 93,74
  • Goiás – 98,32
  • Maranhão – 107,80
  • Mato Grosso – 125,05
  • Mato Grosso do Sul – 100,04
  • Minas Gerais – 94,48
  • Pará – 105,24
  • Paraíba – 94,88
  • Paraná – 96,00
  • Pernambuco – 89,67
  • Piauí – 101,56
  • Rio de Janeiro – 92,12
  • Rio Grande do Norte – 101,03
  • Rio Grande do Sul – 101,33
  • Rondônia – 108,34
  • Roraima – 127,44
  • Santa Catarina – 108,45
  • São Paulo – 99,19
  • Sergipe – 102,84
  • Tocantins – 114,87

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