O Ministério da Fazenda revisou para cima a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, alterando de 2,4% para 2,5%. Essa atualização se deve à força observada no mercado de trabalho durante o segundo trimestre.
De acordo com a Fazenda, o cenário favorável no mercado de trabalho gerou uma perspectiva de consumo das famílias mais robusta que a inicialmente projetada, mesmo diante de uma política monetária mais rígida.
Os dados que fundamentam essa análise estão no Boletim Macrofiscal de junho, publicado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. Esse relatório, divulgado a cada dois meses, traz as projeções sobre indicadores econômicos e inflação que orientam o planejamento orçamentário federal.
É importante salientar que essas previsões não incorporam, até o momento, os possíveis efeitos do aumento da tarifa de importação dos Estados Unidos para o Brasil, que passou de 10% para 50%. A Fazenda acredita que essa medida impactará apenas setores específicos e terá influência limitada no crescimento estimado para 2025.
A Secretaria de Política Econômica avaliou que a atitude do presidente Donald Trump foi motivada por razões políticas, o que alimentou a incerteza econômica global, que continua elevada.
O que é o PIB
O PIB representa o total de bens e serviços finais produzidos em um território durante um ano. Quando ele cresce, significa que a economia está se desenvolvendo bem; se diminui, indica uma contração econômica.
A estimativa do Banco Central para o crescimento brasileiro em 2024 é de 2,1%. As projeções do mercado financeiro para o PIB de 2025 apontam para um avanço de 2,23%. O crescimento do país em 2024 foi de 3,4%, superando os 3,2% registrados no ano anterior.
PIB do segundo trimestre
O crescimento da economia no primeiro trimestre foi de 1,4%, com destaque para o desempenho sólido da agropecuária. A previsão da Fazenda para o segundo trimestre indica uma desaceleração do PIB para 0,6% em relação ao trimestre anterior.
Segundo o relatório Macrofiscal, prevê-se uma queda na produção agropecuária, enquanto a indústria e os serviços deverão apresentar aumento na atividade.
Do lado da demanda, projeta-se uma redução no ritmo de expansão do consumo interno, incluindo um declínio nos investimentos, embora o setor externo deva contribuir positivamente.
Outras projeções para 2025 e 2026
- 2025: PIB real de 2,5%, inflação IPCA acumulada de 4,9%, INPC acumulado em 4,7%, e IGP-DI acumulado em 4,6%.
- 2026: PIB real de 2,4%, inflação IPCA acumulada de 3,6%, INPC em 3,3%, e IGP-DI em 5%.
Desempenho econômico no primeiro trimestre
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a economia teve um avanço de 1,4% no primeiro trimestre do ano, com a agropecuária apresentando o melhor resultado, com um crescimento de 12,2%. Os serviços cresceram modestamente em 0,3%, enquanto a indústria registrou uma variação praticamente estável, com queda de 0,1%.
Comparado ao primeiro trimestre do ano anterior, houve um crescimento de 2,9%, graças ao forte desempenho do comércio. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB subiu 3,5%.
Em termos monetários, o PIB acumulado de janeiro a março atingiu R$ 3 trilhões, composto por R$ 2,6 trilhões de Valor Adicionado a preços básicos e R$ 431,1 bilhões de impostos líquidos de subsídios.