O governo federal optou por não implementar um plano único para lidar com a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A estratégia será discutida a partir de quinta-feira (31/7), com foco em medidas que avaliem os impactos por segmento econômico.
A decisão de dividir a resposta foi tomada após reunião urgente realizada na quarta-feira (30/7), no Palácio do Planalto, logo após a publicação da ordem executiva assinada pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O texto dos EUA justifica a tarifa com base em segurança nacional e direitos humanos.
A prioridade do governo brasileiro agora é analisar o efeito da nova alíquota nas exportações nacionais. Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) foram incumbidos de coletar dados detalhados sobre as possíveis perdas para cada setor produtivo.
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, deve apresentar nesta quinta uma análise inicial com estimativas de volumes e valores afetados pela medida. Essa avaliação servirá como base para definir ações específicas.
Em vez de uma única resposta, o governo pretende estruturar um conjunto de medidas direcionadas. Setores mais impactados poderão receber incentivos, apoio financeiro ou estímulos às exportações. Mecanismos de compensação também estão em avaliação.
Além das ações internas, o Planalto considera a possibilidade de iniciar uma nova rodada de negociações com os Estados Unidos para tentar modificar ou minimizar a decisão.
Reunião urgente
A reunião que antecedeu a estratégia foi convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contou com a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União). Como está em missão oficial nos EUA, o chanceler Mauro Vieira foi representado.
Embora breve, com cerca de uma hora de duração, o encontro da última quarta-feira alinhou as principais áreas do governo diante do novo cenário. Não foram tomadas decisões definitivas, mas o encontro preparou o terreno para a formulação das medidas que começam a ser avaliadas nesta quinta-feira.