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sexta-feira, 28/11/2025




Governadores que podem concorrer à presidência prometem perdoar Bolsonaro para conquistar votos

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JULIANA ARREGUY
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Quatro governadores de direita que podem disputar a Presidência em 2026 já se mostraram contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e indicaram que dariam anistia a ele se fossem eleitos, para ganhar votos.

Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Jr. (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) são nomes principais apoiados por líderes da direita e do centrão como possíveis candidatos para as eleições do ano que vem.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, confirmou nesta terça-feira (25) a condenação definitiva de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe. Ele estará preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde sábado (22), após ter violado a tornozeleira eletrônica.

Em junho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, disse que Bolsonaro só apoiaria um candidato que lhe garantisse o perdão e que lutasse por isso no STF, se preciso.

Até sábado, Flávio era visto como possível sucessor do pai na corrida presidencial, mas perdeu força depois de se envolver em situações que sustentaram a prisão de Bolsonaro, como convocar uma vigília em frente ao condomínio do ex-presidente.

Políticos do centrão veem nessa situação uma chance de oferecer uma chapa presidencial com apoio de Bolsonaro, mas sem membros da família dele. O favorito é Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro.

Tarcísio nega querer ser presidente, mas já declarou que daria anistia a Bolsonaro no primeiro dia no cargo, se eleito.

“Na hora. Primeiro ato. Porque acho que tudo isso que está passando é muito injusto”, disse Tarcísio ao Diário do Grande ABC em agosto.

Caiado prometeu o mesmo: “No primeiro dia, vou assinar anistia ampla, geral e irrestrita para todos os condenados do 8 de janeiro, incluindo Jair Bolsonaro“, declarou o governador de Goiás em setembro.

“Sei dos compromissos que faço e da responsabilidade que tenho. Não uso demagogia, falo da anistia para pacificar o Brasil”, acrescentou ele.

Zema, em entrevista à Folha de S.Paulo em junho, também disse que daria anistia a Bolsonaro.

“Não se deram perdões a assassinos e sequestradores na ditadura? Agora não vai se dar?”, questionou ele, mencionando a repressão da ditadura militar que perseguiu opositores políticos.

Entre os citados, só Ratinho Jr. não defendeu abertamente a anistia a Bolsonaro.

O governador do Paraná considerou a prisão uma decisão dura do STF e pediu pacificação do país, sem explicar como — o termo é usado por bolsonaristas para tentar aprovar a anistia no Congresso.

“A população não está feliz com a perseguição a um ex-presidente. O Brasil precisa virar a página do ódio, do atraso, da briga e começar um novo tempo”, afirmou Ratinho em setembro, logo após a condenação.

Após visitar o pai nesta terça, Flávio afirmou que Bolsonaro pediu para que ele insistisse com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para que avance o projeto da anistia.

O PL decidiu na segunda-feira (24) que vai fazer nova ofensiva no Congresso para acelerar a tramitação da anistia.




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