19.5 C
Brasília
sexta-feira, 28/11/2025




Governadores que podem concorrer à presidência prometem anistiar Bolsonaro para conseguir votos

Brasília
nuvens quebradas
19.5 ° C
19.5 °
18.7 °
100 %
2.6kmh
75 %
sex
27 °
sáb
31 °
dom
29 °
seg
29 °
ter
26 °

Em Brasília

JULIANA ARREGUY
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Quatro governadores de direita que são possíveis candidatos à Presidência da República em 2026 já disseram que são contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e indicaram que dariam anistia a ele se forem eleitos, mesmo após ele ter tentado um golpe.

Os nomes desses governadores são Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Jr. (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO). Eles são apontados por figuras da direita e do centrão como possíveis candidatos para a eleição presidencial do próximo ano.

Na última terça-feira (25), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, condenou definitivamente Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por planejar um golpe. Atualmente, o ex-presidente está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde sábado (22), depois de ter quebrado a tornozeleira eletrônica.

Em junho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, disse à Folha que seu pai só apoiaria um candidato que lhe desse perdão e lutasse por isso no STF, se fosse preciso.

Até sábado, Flávio era visto como possível sucessor do pai na eleição de 2026, mas perdeu força após ser acusado em fatos relacionados à prisão de Bolsonaro, como a organização de vigília em frente ao local onde o ex-presidente estava preso em casa.

Políticos do centrão viram nisso uma chance de formar uma chapa presidencial apoiada por Bolsonaro, mas sem nenhum membro da família. O favorito é Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro.

Tarcísio nega publicamente que queira ser presidente, mas já afirmou que daria anistia ao ex-presidente no primeiro dia de governo se fosse eleito.

“Na hora. Primeiro ato. Porque acredito que tudo isso que está acontecendo não faz sentido”, disse Tarcísio ao Diário do Grande ABC em agosto.

Caiado fez promessa parecida: “No primeiro dia, vou assinar anistia ampla, geral e irrestrita para todos os condenados do 8 de Janeiro, incluindo o Jair Bolsonaro“, disse o governador de Goiás em setembro.

“Sei dos compromissos que assumo e da responsabilidade. Não uso demagogia, falo em anistia para pacificar o Brasil”, completou.

Zema, em entrevista à Folha em junho, também disse que daria anistia ao ex-presidente.

“Não foram dados indultos a assassinos e sequestradores durante o que chamam de ditadura? Agora vocês não vão dar?”, questionou ele, comparando com a repressão da ditadura militar (1964-1985) que perseguiu e matou opositores.

Entre esses governadores, só Ratinho Jr. não falou abertamente a favor da anistia a Bolsonaro.

O governador do Paraná chamou a prisão de ato insensível do STF e pediu a paz no país, mas não explicou como – o termo “paz” tem sido usado pelos bolsonaristas para tentar aprovar a anistia no Congresso.

“O povo não está feliz com a perseguição a um ex-presidente. O Brasil precisa deixar para trás o ódio, o atraso e as brigas para escrever um novo capítulo”, disse Ratinho em setembro, logo após a condenação de Bolsonaro.

Após visitar o pai nesta terça, Flávio disse que o próprio Bolsonaro pediu que ele convencesse os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a colocar o projeto de anistia em pauta.

O PL, em reunião na segunda (24), decidiu que vai fazer uma nova tentativa no Congresso para acelerar a votação da anistia.




Veja Também