Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no dia 8 de janeiro, militar do Exército pediu demissão após a divulgação de vídeo onde ele aparece no Palácio do Planalto, durante atos de terrorismo.
A CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deve ouvir, nesta quinta-feira (22), às 10h, o general Gonçalves Dias. O depoimento havia sido marcado para o dia 15 de junho, mas foi adiado a pedido do general.
Gonçalves Dias era ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no dia 8 de janeiro, durante os ataques às sedes dos três poderes, em Brasília. Ele pediu demissão do cargo após a divulgação de um vídeo onde aparece no Palácio do Planalto, durante a invasão
Dias afirmou que estava no local para retirar os manifestantes. Segundo o militar, “a imagem foi retirada de contexto”.
“Eu entrei no palácio depois que o palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro e quarto piso, para que houvesse a prisão no segundo [piso]”, disse o general.
A atuação do GSI durante os atos de 8 de janeiro, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos três poderes, é alvo de críticas. Imagens mostraram o general Gonçalves Dias e funcionários do GSI circulando entre os invasores no Palácio do Planalto (veja vídeo acima).
Um dos funcionários do GSI conversou com os invasores e os cumprimentou. Outro trecho mostra servidores do órgão entregando água aos vândalos.
O GSI divulgou nota à época para justificar a presença do general no Palácio do Planalto e afirmou que as imagens mostram a “atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto”.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) esclarece que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos”, disse o GSI.
A carreira de G.Dias
Marco Edson Gonçalves Dias é natural de Americana (SP). Ele entrou para o Exército em 1969, por meio da Escola Preparatória de Cadetes do Exército.
Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais em 1986 e a Escola de Comando e Estado Maior do Exército em 1994.
Chegou a ocupar o cargo de Comandante da Sexta Região Militar e a comandar o 19° Batalhão de Infantaria Motorizado. Foi alçado ao cargo de general e, atualmente, está na reserva (como os militares chamam a sua aposentadoria).
Dentro do governo federal, já foi Secretário de Segurança da Presidência da República do governo Lula e chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).