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terça-feira, 02/09/2025

Golpistas fingem ser facção para extorquir homens em sites de acompanhantes

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Em Brasília

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) iniciou uma operação na manhã desta terça-feira (2/9) para desarticular um grupo criminoso que aplicava golpes de extorsão online, usando o nome da maior facção criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), para amedrontar as vítimas.

Segundo a investigação da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), que durou seis meses, cerca de 250 pessoas no Distrito Federal foram enganadas, incluindo seis residentes em Brazlândia. O valor perdido nas fraudes só na capital federal ultrapassa R$ 1 milhão nos últimos cinco anos. No Brasil, os prejuízos podem ultrapassar R$ 15 milhões, com atuação também nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Piauí.

A Operação Black Widow cumpriu 10 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão contra integrantes do grupo, que tem base em Montes Claros (MG). O esquema usado pelo bando era sofisticado, utilizando técnicas de engenharia social. O contato inicial era feito por meio de sites de acompanhantes ou relacionamentos, onde as vítimas entravam em contato com falsas prestadoras de serviço.

A seguir, outros membros do grupo enviavam mensagens contendo informações pessoais confidenciais das vítimas — como endereços, locais de trabalho e nomes de familiares — obtidas por invasões virtuais.

A extorsão se dava em etapas. Inicialmente, os criminosos exigiam pagamentos justificando como valor pelo tempo da suposta acompanhante, mesmo que nenhum encontro tivesse ocorrido. Caso as vítimas resistissem, passavam então a cobrar o chamado “valor da facção”, alegando pertencer ao PCC.

Em gravações de áudio e vídeo, os criminosos apareciam armados, mencionando lugares frequentados pelas vítimas e ameaçando seus familiares, gerando um clima de terror psicológico que levava muitas pessoas a pagar para garantir sua segurança e a de seus entes queridos.

Conforme a PCDF, o grupo operava como uma célula criminosa descentralizada, modelo que sucedeu as antigas “centrais do golpe”. Montes Claros já é conhecido como um ponto chave na formação desses grupos criminosos, frequentemente alvo de operações policiais em vários estados.

Os 10 detidos na operação tinham funções importantes, incluindo liderança, logística, apoio financeiro e contato direto com as vítimas. Para movimentar o dinheiro ilícito, utilizavam várias contas bancárias e chaves Pix distribuídas em diversas regiões do país, dificultando o rastreamento dos valores. Só em 2025, o grupo teria enganado 80 pessoas no Distrito Federal e arrecadado cerca de R$ 300 mil.

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