Um professor de muay thai de São Sebastião (DF), que lidera a equipe Mark’s Thai, está envolvido em uma grave controvérsia. Ele foi acusado por pelo menos três pessoas de realizar golpes financeiros. As denúncias incluem aluguéis em atraso, compras de veículos e uso de manipulação para enganar pessoas próximas.
Uma das vítimas registrou boletim de ocorrência em 23 de julho na 4ª Delegacia de Polícia (Guará II). O empresário Paulo Henrique Batista de Oliveira, 40 anos, contou que em fevereiro deste ano assinou um contrato de compra e venda de uma moto — uma Suzuki Intruder LC 1500 — com Marcos Paulo dos Santos, 34 anos. O valor negociado ultrapassava R$ 48 mil.
Segundo Paulo Henrique, Marcos prometeu usar parte do dinheiro (aproximadamente R$ 20 mil) para comprar um tatame para sua academia, enquanto o restante seria quitado em parcelas. No entanto, após o pagamento inicial, Marcos deixou de cumprir o acordo e passou a fugir das responsabilidades.
Testemunhas relatam que o professor usava um padrão emocional para se aproximar das vítimas: conquistava a confiança, criava vínculos afetivos e, quando as pessoas se sentiam seguras, aplicava o golpe, causando prejuízos.
Outra vítima relatou que Marcos utilizou seu cartão de crédito para diversas compras, incluindo a aquisição de um carro no valor de R$ 30 mil. Ela afirmou que Marcos ganhava a confiança da família e, depois, aplicava o golpe. Após pagar a primeira parcela, ele deixou de honrar os compromissos e se tornou inacessível.
Enquanto as vítimas buscam recuperar seus prejuízos, a residência de Marcos Paulo está sob processo de despejo judicial, embora ele continue exibindo um estilo de vida luxuoso nas redes sociais, onde possui mais de sete mil seguidores.
Outra vítima, identificada como Eloy Braga, alugou um imóvel para Marcos Paulo mas não recebeu os pagamentos. Devido à inadimplência, ele teve que recorrer à Justiça para despejar o inquilino.
No Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Marcos Paulo dos Santos responde a cinco processos envolvendo contratos de locação, injúrias e perdas e danos. Em uma ação, foi condenado a pagar mais de R$ 31 mil por não pagar um contrato de aluguel e por despejo.
Procurado, Marcos Paulo afirmou, por mensagem, não entender o interesse pelo caso. Negou negócios envolvendo carros, alegando ter feito apenas transação relacionada a uma moto e a um aluguel. Disse que suas dívidas estão sendo negociadas e que, assim como muitos empresários, enfrenta dificuldades financeiras nos últimos dois anos, mas está se recuperando.
Ele também destacou que seu projeto social da academia atende 60 crianças carentes da comunidade, que não pagam para treinar.