Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, buscou contato nesta quarta-feira (25/6) com alguns líderes da Câmara dos Deputados para tentar bloquear a votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que anula o decreto presidencial que reajusta as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A Câmara começou a analisar o projeto que pretende suspender o decreto do governo federal nessa matéria. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou no final da noite de terça-feira (24/6), por meio da rede social X, a inclusão do PDL na pauta de votações.
O governo esperava que essa votação ocorresse apenas após o recesso parlamentar, mas Hugo Motta optou por antecipar a análise do tema, motivado pelo desgaste com o governo.
Pedido aos líderes
Com a proposta chegando ao plenário, Gleisi solicitou aos líderes que recomendassem às suas bancadas que evitassem votar o projeto, que não registrassem presença ou que se abstivessem da votação. Apesar da solicitação, os líderes decidiram votar o PDL normalmente.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também manifestou interesse em colocar a proposta na pauta do Senado e votar o mais rápido possível.
Gleisi usou as redes sociais para alertar sobre os perigos de cancelar o decreto: “A derrubada do decreto reduzirá a receita de 2025 em R$ 10 bilhões, comprometendo o cumprimento da meta fiscal para esse ano. Para 2026, a suspensão do decreto pode afetar a meta primária em R$ 30 bilhões.”
O governo enfrenta dificuldades para avançar com propostas importantes no Congresso. Mesmo a base aliada mais próxima do Palácio do Planalto tem demonstrado descontentamento devido ao atraso no pagamento das emendas parlamentares.
Os deputados e senadores têm pressão crescente para a liberação desses recursos, especialmente com o ano eleitoral se aproximando, pois eles utilizam esses fundos para fortalecer suas bases eleitorais.