Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, se pronunciou no domingo (7/9) a respeito do pedido de prisão preventiva contra o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Hoffmann elogiou a ação da Advocacia do Senado Federal, que fez a solicitação na segunda-feira (4/9), qualificando as declarações de Ciro como “muito graves” e como um “machismo inaceitável”.
“A Advocacia do Senado agiu corretamente ao pedir a prisão preventiva de Ciro Gomes pelos ataques feitos contra a ex-senadora e atual prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias. As ofensas proferidas são extremamente sérias e refletem um machismo desagradável. Ele tem desafiado a Justiça com ataques constantes desde 2024. Minha solidariedade à prefeita Janaína“, declarou Gleisi.
O pedido da Advocacia do Senado faz parte de uma ação penal eleitoral proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que acusa Ciro Gomes de violência política motivada por gênero contra Janaína Farias (PT). O processo teve início em 2024, quando a petista assumiu a vaga no Senado deixada por Camilo Santana (PT), atual ministro da Educação.
A acusação aponta que, mesmo após ter sido condenado em primeira instância, Ciro continuou a proferir ofensas contra Janaína em entrevistas e nas redes sociais, reforçando a necessidade de medidas mais rigorosas.
Em maio deste ano, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou Ciro Gomes a pagar uma indenização de R$ 52 mil para a prefeita. A decisão foi baseada em declarações feitas em abril de 2024, quando Ciro se referiu à petista como “assessora de assuntos de cama” e “cortesã”.
Apesar da condenação, a Advocacia do Senado informa que Ciro continuou com as agressões verbais, o que justifica a aplicação da prisão preventiva ou, alternativamente, outras medidas cautelares.
O juiz da 115ª Zona Eleitoral, Victor Nunes Barroso, encaminhou o processo para a Polícia Federal investigar a possível prática de crime de perseguição (stalking). De acordo com a Advocacia do Senado, as declarações de Ciro configuram não só violência política de gênero, mas também uma tentativa de prejudicar a gestão de Janaína como prefeita.