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quinta-feira, 30/10/2025

Gigantes da tecnologia vão gastar mais em equipamentos e o mercado debate bolha da IA

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PEDRO S. TEIXEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Na última quarta-feira (29), Google, Meta e Microsoft divulgaram seus resultados financeiros e uma informação em comum: as três grandes empresas de tecnologia planejam aumentar seus investimentos em data centers e inteligência artificial.

Os anúncios tiveram resultados diferentes no mercado. As ações do Google e da Microsoft subiram após revelarem receitas superiores ao esperado no setor de nuvem, enquanto as ações da Meta caíram 9%, pois seus investimentos não foram acompanhados por aumento na receita.

O lucro líquido da Meta no terceiro trimestre deste ano caiu 83%. Esse cenário gerou receio no mercado sobre uma possível bolha entre as empresas de tecnologia, impulsionada pelo entusiasmo em torno da IA.

A Meta informou que seus gastos com equipamentos podem ultrapassar US$ 70 bilhões em 2025. O Google estima investimentos entre US$ 91 bilhões e US$ 93 bilhões, valores recordes para ambas as empresas.

Enquanto isso, o Google teve uma alta de 33% no lucro líquido no terceiro trimestre de 2025, em relação ao mesmo período do ano passado, tornando-se o destaque da noite com suas ações subindo mais de 5% após o fechamento do mercado.

A Microsoft, sem divulgar valores específicos, afirmou que continuará aumentando os gastos para ampliar seus serviços de nuvem, infraestrutura e pesquisa em IA. A empresa também teve um aumento de 12% no lucro líquido em relação ao terceiro trimestre de 2024.

Esses crescentes investimentos indicam que pode haver uma subestimação dos custos envolvidos na infraestrutura necessária para a nova economia baseada em IA.

As empresas de tecnologia representam 35% do índice S&P 500, um aumento significativo em relação à bolha da internet dos anos 2000, quando representavam 17%. Naquela época, milhares de empresas de tecnologia fecharam diante do descompasso entre preços e resultados.

A Nvidia, fornecedora de chips para as três empresas, viu suas ações valorizarem 3% na Bolsa de Nova York, ultrapassando pela primeira vez o valor de US$ 5 trilhões.

Para o analista-chefe da plataforma Investing.com, Thomas Monteiro, os investidores têm dificuldade de calcular os custos da infraestrutura necessária para essa nova economia. Ele acredita que as margens de lucro podem diminuir e as empresas precisarão cortar custos em outras áreas, como redução de funcionários, exemplificado pelos recentes cortes na Amazon.

Mesmo assim, Monteiro não vê risco de bolha, pois o aumento nos investimentos e lucros indica uma competição acirrada entre as empresas.

O banco de investimento Goldman Sachs também vê o crescimento das empresas de IA com fundamentos robustos.

Além disso, os gigantes da tecnologia possuem reservas financeiras significativas e são menos dependentes de dívidas para esses grandes investimentos. Portanto, um fracasso nessa nova economia de IA teria impactos limitados nos mercados em geral.

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