O chefe de Comércio Exterior do LIDE, Roberto Giannetti, destacou que o setor privado do Brasil busca estabilidade nas relações com os Estados Unidos. Ele alerta que o aumento de tarifas pode comprometer um trabalho de parceria construído por muitos anos.
“Buscamos operar com estabilidade, segurança, e uma conexão econômica com a maior economia mundial, que são os Estados Unidos”, declarou após uma reunião com empresários.
Giannetti destacou que os empresários estão formando um grupo para acompanhar o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em futuras negociações em Washington.
O grupo planeja encontros com o Departamento de Comércio e o Departamento de Estado dos EUA para buscar um acordo que diminua tarifas e ofereça melhores perspectivas para os exportadores brasileiros.
A reunião contou com a participação de líderes e executivos de vários setores, como Henrique Meirelles (ex-ministro e ex-presidente do Banco Central), Caio Megale (XP), Luiz Fernando Furlan (BRF), Nayana Rizzo (AWS), Fernando de Paula (McDonald’s), entre outros.
Apesar do interesse manifestado por governadores como Tarcísio de Freitas (São Paulo), os empresários ressaltaram que a responsabilidade formal é do governo federal. “Toda ajuda é importante, mas a liderança dessa relação é do vice-presidente”, reforçou o fundador e copresidente do conselho do LIDE, João Doria.
Os empresários elogiaram o trabalho feito por Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mas defenderam que o setor privado tenha mais participação. “Nos Estados Unidos, é comum o setor produtivo influenciar decisões. Vamos abrir comunicação para mostrar que as tarifas prejudicam tanto a indústria quanto os consumidores americanos”, disse o ex-governador João Doria.
Ao final do encontro, o grupo deixou claro que continuará pressionando por negociações mais técnicas e menos politizadas.