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sexta-feira, 19/09/2025

Gestação e Animais: Como Viver Juntos com Segurança

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O período da gestação costuma trazer muitas dúvidas para a futura mamãe, especialmente sobre os riscos de contrair doenças pelo contato com animais de estimação durante a gravidez. Esse tema pode causar bastante preocupação para quem está nessa fase e ama seu pet. Mas será que é possível passar por uma gestação saudável convivendo com os bichinhos?

Ao saber da gravidez, a mulher enfrenta diversas transformações não só no corpo, mas também em seus hábitos e rotina, que precisam ser ajustados para garantir seu bem-estar. Essas mudanças e cuidados que visam preservar a saúde da gestante geralmente envolvem toda a família, inclusive os pets. Com alguns cuidados importantes, a convivência pode ser muito benéfica nesse momento.

A Dra. Michele Portes, obstetra da Rede Mater Dei de Saúde, explica que o primeiro trimestre é o período mais crítico que requer atenção especial no contato com os animais. “Nos primeiros meses, parasitas transmitidos pelos pets podem causar malformações e até abortos, como no caso da toxoplasmose, que é a mais conhecida. Contudo, os pets também podem ser transmissão de outras doenças, tais como salmonelose e leishmaniose visceral, capazes de causar sintomas variados, que podem se agravar e prejudicar a saúde da gestante e o desenvolvimento fetal.”

Assim como a gestante realiza acompanhamento médico e exames, os pets devem passar por avaliações veterinárias regulares para identificar e tratar parasitas que possam comprometer a saúde da família.

Manter as vacinas e aplicações de vermífugo em dia, além das visitas ao veterinário é fundamental para resguardar a saúde de todos. A gestante deve evitar contato com alimentos ou secreções de outros animais e manter o ambiente sempre limpo. “Não é indicado manusear fezes ou urina dos animais, andar descalça em gramados ou areias, nem mexer na horta ou jardim sem luvas”, destaca a obstetra.

A Dra. Vivian Quito, médica veterinária, reforça que a higiene dos pets e do espaço onde vivem é essencial para evitar contaminações. “Para prevenir a proliferação de moscas e bactérias, é importante lavar frequentemente os potes de água e comida, manter limpas as camas e mantas, remover rapidamente fezes e urina, e evitar contato direto com esses materiais, caso não tenha outra pessoa para essa tarefa. Também é fundamental lavar as mãos após brincar com os animais.”

Ela acrescenta que manter os pets limpos diariamente e após os passeios é muito importante, principalmente aqueles que vivem dentro de casa e têm acesso a camas e sofás. Além disso, garantir que o ambiente esteja livre de roedores previne doenças perigosas tanto para os animais quanto para os tutores.

Os pets são sensíveis às mudanças no ambiente e podem perceber as alterações hormonais da gestante. “Alguns podem se tornar mais protetores, outros podem demonstrar ansiedade ou stress. Se o comportamento mudar, é recomendável consultar um veterinário especialista em comportamento animal para auxiliar na adaptação à nova rotina”, orienta a Dra. Vivian.

Com os cuidados adequados, o convívio entre gestante, bebê e pets pode trazer muitos benefícios como redução do estresse, sensação de calma e afeto. Além disso, os pets estimulam a gestante a se manter ativa, incentivando caminhadas e passeios, atividades essenciais durante a gravidez.

Conviver com gatos na gravidez é perigoso?

Os gatos costumam ser vistos como uma ameaça para a gestante devido ao risco de transmissão da toxoplasmose. De fato, essa doença é preocupante para grávidas, porém é possível conviver com gatos durante a gestação sem riscos.

Dra. Vivian explica que para transmitir a doença, o gato precisa estar infectado e suas fezes devem permanecer expostas no ambiente por 24 a 36 horas para que o parasita se torne contagioso. “Se as caixas de areia forem limpas pelo menos duas vezes ao dia, como recomendado para todos os donos de gatos, a chance de contágio cai bastante.”

Ela destaca que o contágio ocorre mais comumente pelo consumo de verduras mal lavadas, carnes cruas ou mal cozidas, modos como os gatos se infectam, ao ingerir carnes cruas ou animais contaminados, como roedores e aves.

Portanto, é fundamental cozinhar bem os alimentos oferecidos aos gatos, inclusive carnes bovinas, suínas e ovinas, que podem conter o parasita da toxoplasmose. Também é aconselhável que a gestante não manuseie diretamente a caixa de areia, e outra pessoa realize a limpeza diária usando luvas e lavando bem as mãos após o procedimento. Manter o gato dentro de casa e oferecer somente ração e alimentos próprios evita riscos adicionais.

Com esses cuidados, a relação entre gestantes e pets pode ser mantida com segurança e harmonia.

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