Alisson Vinícios Freitas Silva, gerente de negócios sênior do Banco de Brasília (BRB), está sob investigação da corregedoria da instituição por envolvimento em um esquema de fraude e lavagem de dinheiro. Documentos internos indicam movimentações suspeitas de pelo menos R$ 600 mil, efetuadas via Pix e operações bancárias ágeis vinculadas à sua sociedade unipessoal de advocacia.
A apuração começou em 22 de maio de 2025, após a Gerência de Prevenção a Fraudes (Gefra/BRB) alertar a corregedoria sobre transações atípicas realizadas pelo executivo. As fraudes teriam ocorrido por meio de adiantamento em boletos, onde os criminosos adulteravam os dados dos destinatários via acesso aos sistemas dos clientes.
O alerta inicial veio do Banco Itaú-Unibanco, que detectou uma transferência suspeita de R$ 300 mil para a conta da empresa Alisson Freitas Sociedade Individual de Advocacia, da qual Alisson é sócio. O banco proíbe que funcionários desempenhem funções que representem conflito de interesse.
Além de Alisson, um comparsa também está sendo investigado, sendo registrado em imagens de segurança realizando depósitos duvidosos em uma agência de Ceilândia. Supõe-se que esses recursos estejam ligados à lavagem de dinheiro.
Movimentações Financeiras Suspeitas
- 07/05/2025 – Recebimento de R$ 300 mil por Alisson em sua conta no BRB, originados da sua própria sociedade de advocacia, com transferência via Banco Itaú.
- 09/05/2025 – Banco Itaú abre Mecanismo Especial de Devolução (MED) para recuperação do valor, identificando sua origem fraudulenta.
- 07/07/2025 – A empresa Vinícios Sociedade Individual de Advocacia recebe R$ 600 mil da 707 Instituição de Pagamentos A, que logo após são divididos igualmente entre uma conta de Alisson no Banco Daycoval e sua conta no BRB.
Especialistas em prevenção a fraudes analisaram as operações e verificaram um padrão típico de fracionamento e dispersão dos valores, prática comum em esquemas para lavagem de dinheiro.
Quebra de Sigilo e Desdobramentos
Em procedimento autorizado pela Justiça, a corregedoria do BRB requereu a quebra imediata do sigilo bancário de Alisson, fundamentada no artigo 300, §2º, do Código de Processo Civil. O pedido ressalta o risco de manipulação ou destruição de documentos relevantes para a investigação.
O relatório da corregedoria destaca ainda violação do Código de Conduta do banco e possíveis infrações ao Estatuto da Advocacia, uma vez que a sociedade unipessoal foi utilizada para movimentações financeiras irregulares.
Esta apuração é prioridade máxima para o banco controlado pelo Governo do Distrito Federal, que busca fortalecer sua imagem de transparência e confiabilidade no setor financeiro. A suspeita envolvendo um gerente sênior pode comprometer os sistemas internos de compliance e provocar repercussões junto ao Banco Central.
Com a análise do sigilo bancário em andamento, a corregedoria espera aprofundar os rastreamentos da origem dos recursos e identificar a eventual participação de outras pessoas. Confirmados os indícios, Alisson poderá responder por fraude financeira, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa.