O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) autorizou nesta quinta-feira, 27, uma medida que permitirá às companhias aéreas adquirirem querosene de aviação (QAV) com o respaldo do Fundo de Garantia às Exportações (FGE). Essa aprovação oferece acesso a até R$ 2 bilhões em operações garantidas pelo fundo.
O pedido veio da empresa Azul, que buscava esse suporte para fortalecer seu plano de recuperação. A proposta está próxima do prazo final para ser contestada ou aprovada pela justiça dos Estados Unidos.
Fontes ligadas ao processo revelam que o uso desse mecanismo funcionará como um alívio financeiro imediato, similar a um capital de giro.
Espera-se que o combustível mais barato ajude a empresa a convencer o tribunal americano, aumentando as chances de aprovação do plano de recuperação.
Conforme divulgado pelo Broadcast e pela Coluna do Estadão, a aprovação para usar recursos do FGE em financiamentos para compra de combustível foi uma surpresa para o setor aéreo.
Esse assunto foi incluído discretamente na pauta do comitê, sob ‘outros assuntos’, com a designação ‘Proposta de Novo Produto voltado ao Crédito Interno para Aviação Civil e Indução da Transição Energética’.
Antes da análise no Gecex, em maio, o Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig) já havia aprovado esse novo uso do FGE, preparando o terreno para a decisão desta quinta-feira.
Diferente do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), que atende ao setor em geral, essa foi uma demanda específica apresentada ao governo pela Azul, possivelmente a maior beneficiada pela medida.
A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), assim como Gol e Latam, aparentemente não participou das discussões.
A Azul foi contatada pela reportagem e informou que irá se manifestar em breve.
Estadão Conteúdo
