Inaugurado às pressas em 2014, o Centrad nunca foi utilizado pelo governo. Atual gestão elabora um plano de ocupação
O Governo do Distrito Federal (GDF) vai oferecer até R$ 370 milhões à Caixa e ao Santander para quitar o financiamento referente à construção do Centrad. Esse é o valor do empreendimento, segundo avaliação da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap).
Idealizado como um novo centro administrativo para abrigar órgãos do GDF, o Centrad foi erguido em um terreno público pelas empresas Odebrecht e Via Engenharia, por meio de financiamento com os bancos. Inaugurados às pressas no fim do governo de Agnelo Queiroz, em 2014, os prédios nunca tiveram utilidade.
Em maio de 2022, o governador Ibaneis Rocha (MDB) formalizou a anulação do contrato de Parceria Público-Privada (PPP) com o consórcio. Orçada em R$ 660 milhões, a obra executada pela Via Engenharia e a Odebrecht custou cerca de R$ 1 bilhão.
O Centrad jamais chegou a funcionar por apresentar uma série de irregularidades apontadas pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas locais – o que só se agravou após a delação premiada do alto escalão da Odebrecht na Lava Jato.