Um dia importante para os moradores de Santa Luzia, na Estrutural. No sábado (15), o governador Ibaneis Rocha autorizou o início das obras de saneamento no bairro, com investimento de R$ 92 milhões, e entregou as primeiras casas com energia elétrica regular, em parceria com a Neoenergia.
“Este foi um dos primeiros lugares que visitei na campanha de 2018. Vi a condição de pobreza das famílias daqui. Muitas vezes a solução sugerida era retirar as pessoas, mas eu nunca acreditei nisso. Fiz um compromisso com a população e encontramos uma alternativa sustentável, graças ao trabalho das equipes do governo”, disse o governador. “Conseguimos o financiamento para que esses recursos, pagos pela Caesb, chegassem às famílias de Santa Luzia”, completou.
O sistema de saneamento básico, financiado por um banco privado e aprovado pelo PAC Financiamentos, será custeado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), que também fiscalizará a obra. O projeto atende uma necessidade antiga e beneficiará mais de 20 mil pessoas em 4.155 imóveis, garantindo água limpa e de qualidade.
Serão instalados 27 km de rede de abastecimento de água e um equipamento para aumentar a pressão na rede, cobrindo toda a área de 70 hectares. A rede de esgoto terá 11 km, com duas estações elevatórias para direcionar o esgoto à Estação de Tratamento Norte, no Plano Piloto. Também serão feitas 10 km de galeria para águas pluviais, quatro bacias de detenção, 35 mil metros quadrados de pavimentação asfáltica e 15,5 mil metros quadrados de pavimento intertravado.
Luís Antônio Reis, presidente da Caesb, destacou o esforço conjunto para viabilizar o projeto e comentou a complexidade da obra. “Foi uma decisão do governador levar uma solução definitiva para as comunidades mais carentes. O saneamento integrado exige ações conjuntas de água, esgoto, drenagem e pavimentação, o que requer coordenação entre vários órgãos”, explicou. Ele mencionou que em 30 dias foram preparados mais de 150 pranchas com desenhos, cálculos e justificativas. Depois vieram as aprovações necessárias.
As obras começaram imediatamente após a ordem de serviço, com máquinas no local desde o início da semana. O investimento total é de aproximadamente R$ 100 milhões, beneficiando cerca de 4.500 famílias, quase 20 mil pessoas.
O projeto ainda inclui ações sociais e cursos profissionalizantes para a comunidade, como um curso de bombeira hidráulica exclusivo para mulheres, para que possam identificar e cuidar de problemas básicos no futuro. Isso representa cidadania para a população, segundo Reis.
Todos os passos do projeto serão acompanhados por ações sociais e educativas focadas em saneamento e meio ambiente, com a participação de diversos órgãos do governo. Os moradores também receberão atendimento pelo programa Água Legal, criado em 2019 para levar água potável a comunidades sociais em processo de regularização.
Energia
Santa Luzia, uma Área de Relevante Interesse Social (Aris) próxima ao Parque Nacional de Brasília, possui mais de 20 mil moradores e é uma das áreas mais vulneráveis do Distrito Federal. Com avanços legais, o governo pode realizar obras de infraestrutura para garantir direitos básicos à população.
Em outubro, a Neoenergia Brasília iniciou a construção da rede elétrica para regularizar o fornecimento de energia na comunidade. Com investimento de R$ 9 milhões, serão instalados 683 postes e 30 km de rede elétrica (10 km de média tensão e 20 km de baixa tensão). O projeto beneficiará 4.618 famílias e segue rigorosos critérios técnicos e legais, com a participação de diversas entidades públicas, garantindo qualidade e respeito à legislação.
“Estamos trazendo energia segura e de qualidade para Santa Luzia, por meio do programa Energia Cidadã. Já regularizamos mais de 37 mil famílias no Distrito Federal e continuamos ampliando este trabalho em parceria com o governo, que leva também cidadania, economia e oportunidades de capacitação”, afirmou a superintendente de Relações Institucionais e Governamentais da Neoenergia, Juliana Pimentel.
Essa iniciativa integra o programa Energia Cidadã, vinculado ao comitê Energia Legal, desenvolvido em parceria com o governo. Nos últimos três anos, mais de 37 mil famílias foram regularizadas, o que equivale a 140 mil pessoas. Em 2025, o número de famílias beneficiadas chegará a 11 mil em dez regiões do Distrito Federal.
Melhoria na qualidade de vida
Para os moradores de Santa Luzia, poder abrir a torneira para ter água limpa e dar descarga sem problemas, além de contar com energia elétrica regular, era algo distante. O tapeceiro Joab Gomes Barbosa, 42 anos, conta que a comunidade sempre sofreu com redes irregulares de água e luz. “Queremos pagar pelos serviços e ter um endereço oficial para receber correspondências”, disse. Ele mora no local há 18 anos e celebra a chegada da infraestrutura: “Agora teremos água, luz, rede de esgoto e até uma rodoviária perto de casa.”
A dona de casa Luciana Silva, 43, mãe de cinco filhos, destacou as dificuldades enfrentadas. “Ficávamos dias sem luz, o que estragava os eletrodomésticos. A água era escassa e precisávamos comprar para beber. Saber que teremos energia confiável é uma grande vitória, vai facilitar nossas vidas”, afirmou.
A pescadora Edivaneide Rosa da Silva, 56, que vive na região desde os anos 1990, também comemorou: “Já sofremos muito por falta de água. Hoje o que acontece é maravilhoso.”
Auxílio para construção
Na mesma cerimônia, que contou com a presença de autoridades como a vice-governadora Celina Leão e o secretário-chefe da Casa Civil Gustavo Rocha, o governador entregou 45 cartões do programa Material de Construção, um auxílio de R$ 15 mil para famílias que precisam construir ou reformar suas casas. O programa é gerido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab) e destinado a pessoas em situação de emergência ou calamidade.
O secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, ressaltou: “Este é o maior programa de inclusão social do governo. Queremos fixar as famílias onde construíram suas vidas, trazendo dignidade. Santa Luzia será uma cidade completa, com escolas, delegacia, quartéis, Cras, Creas e rodoviária. Não é só urbanizar, é garantir os equipamentos públicos necessários para a comunidade.”