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terça-feira, 09/09/2025

GDF amplia inclusão de pessoas com deficiência com centros esportivos paralímpicos

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O Distrito Federal possui atualmente 13 unidades dos Centros de Iniciação Desportiva Paralímpicos (CIDPs), espalhados por oito regiões administrativas. Criado pelo Governo do DF por meio da Secretaria de Educação (SEEDF), esse projeto tem se mostrado uma importante forma de incluir socialmente as pessoas com deficiência através do esporte. Desde 2019, mais de 1,3 mil alunos da rede pública já foram beneficiados com acesso gratuito a sete modalidades adaptadas, realizadas no contraturno das aulas, o que aumenta a participação dos estudantes com deficiência.

Esse projeto tem transformado a vida de crianças e jovens, melhorando a autoestima, promovendo a integração social e até abrindo portas para que se tornem atletas de alto nível. As modalidades oferecidas atualmente incluem natação paralímpica, futebol para pessoas com paralisia cerebral, bocha paralímpica, judô paralímpico, futsal, futebol, atletismo e parabadminton.

Do bullying às conquistas esportivas

No CIDP de Taguatinga, conhecido pelo parabadminton, o professor Létisson Samarone Pereira relata que muitos estudantes chegam tímidos, inseguros e sem perspectiva. “Aqui, eles descobrem suas capacidades, ganham autonomia e chegam a representar o Distrito Federal em competições nacionais e internacionais. O CIDP mostra para as famílias e para a sociedade que eles são perfeitamente capazes”, comenta. “Muitos alunos recebem bolsas de estudo, participam de competições fora do DF e passam a viver do esporte. É uma transformação completa”, complementa.

A professora Cláudia Dionice Alves destaca a mudança imediata que ocorre dentro da escola. “Um aluno que antes sofria bullying passa a ser respeitado depois que conquista uma medalha. Isso transforma a autoestima, a disciplina, a saúde e até o desempenho escolar. O CIDP abre novos caminhos que a sala de aula sozinho não alcança”, reforça. “O CID mostra que o aluno com deficiência não precisa de pena; ele é capaz, competitivo e pode ir muito longe”, acrescenta.

Cláudia também comenta sobre o suporte do GDF na estrutura dos centros: “O parabadminton, por exemplo, exige equipamentos caros. Mas os centros possuem raquetes, petecas e espaço adequado graças ao Pdaf [Programa de Descentralização Administrativa e Financeira], o que facilita o acesso para todos”. Os recursos para manutenção e aquisição de materiais são repassados pelo Pdaf às regionais de ensino, que administram cada unidade.

Histórias que inspiram

Entre os estudantes, Miguel Santana é um exemplo de como o projeto tem impacto na vida dos participantes. Em apenas três meses no CIDP, ele já participou de competições. “Aqui não existe exclusão, todos são tratados igualmente. Quem ainda não conhece precisa conhecer. O esporte é caro, mas aqui é acessível e transforma vidas”, comenta. “Antes eu ficava em casa sem fazer nada. Agora tenho amigos, treino e me sinto parte de um grupo”, completa.

Evelyn Andrade, de 16 anos, chegou tímida e insegura. Hoje, é atleta de alto rendimento no parabadminton. “Eu sempre tive vergonha da minha deficiência. No CIDP, aprendi a me aceitar e a acreditar em outras meninas como eu, e quero mostrar que todas podem alcançar seus sonhos. Fui convocada para o Pan-Americano recentemente. Quando comecei, não acreditava que poderia competir. Hoje, meu sonho é ser atleta paralímpica e sei que vou conseguir graças ao projeto”, comemora.

Campeões que ensinam e inspiram

O CIDP de Taguatinga também é base de atletas de destaque, como Júlio César Godói, bicampeão parapan-americano e atualmente décimo no ranking mundial de simples no parabadminton. Ele treina junto com os estudantes e ressalta a troca de aprendizado: “Quando as crianças nos veem, querem seguir este caminho. Essa inspiração é essencial: aprendemos com eles e eles aprendem conosco. É gratificante ver o desejo de crescer em seus olhos. Cada conquista dos alunos é também uma vitória nossa, como professores e atletas”, afirma. Ao lado do parceiro Marcelo Alves, ocupa a quarta posição mundial nas duplas.

As inscrições nos CIDPs são gratuitas e feitas nas coordenações regionais de ensino. É necessário apresentar atestado médico e documentos do aluno e responsável. As aulas acontecem às segundas, quartas e sextas-feiras, nos períodos da manhã e da tarde, conforme a disponibilidade do estudante. “Queremos quadras cheias e mais jovens descobrindo suas potencialidades. O esporte paralímpico transforma vidas e precisa ser cada vez mais valorizado”, conclui Cláudia Dionice.

Como participar

Os CIDPs oferecem acesso a práticas esportivas que visam a iniciação, o desenvolvimento e a participação em competições. As aulas são gratuitas e ocorrem no contraturno escolar.

Podem participar estudantes da rede pública e entidades conveniadas pela SEEDF com deficiência funcional, auditiva, intelectual e física. Caso existam vagas remanescentes, a comunidade também pode ser contemplada. A inscrição deve ser feita presencialmente na Coordenação Regional de Ensino.

Informações da Agência de Brasília

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