O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza divulgou nesta sexta-feira (16/10) um relatório detalhando o número de mortos e feridos após o cessar-fogo no enclave palestino. Segundo o documento, o hospital recebeu os restos mortais de 30 prisioneiros palestinos que estavam em Israel, elevando o total de corpos para 120. O órgão destacou que vários corpos apresentaram sinais de tortura.
As equipes médicas estão seguindo protocolos rigorosos para manusear os corpos, preparando-se para concluir exames, documentações e a entrega às famílias. O Ministério enfatizou que as evidências sugerem agressões decorrentes das ofensivas israelenses em Gaza.
“Alguns corpos mostram vestígios de tortura, espancamento, algemas e vendagens. Até o momento, quatro vítimas foram identificadas por suas famílias”, informou o órgão.
Paz em Gaza
Recentemente, foi firmado um acordo de paz entre Israel e o Hamas, com mediação dos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia.
A primeira etapa desse acordo prevê a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos. A segunda fase abrange o desarmamento do Hamas, a devolução dos restos mortais dos reféns e a retirada das forças de Gaza.
O Ministério da Saúde também relatou que diversas vítimas ainda estão sob os escombros ou nas vias, já que as equipes de resgate, incluindo ambulâncias e a defesa civil, enfrentam dificuldades para alcançá-las. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que atua de forma neutra na região, busca prestar assistência humanitária e realizar o resgate dos palestinos restantes.
Os dados sobre corpos recebidos, feridos e recuperados são válidos a partir do momento em que o acordo de paz foi sinalizado, na última sexta-feira (10/10). Naquela data, tanto Israel quanto o Hamas manifestaram interesse em cessar-fogo, e na segunda-feira (13/10) foram recebidos os restos mortais de 30 prisioneiros palestinos.
Contexto do conflito
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, ações militares israelenses resultaram na morte de quase 68.000 palestinos na faixa de Gaza, em sua maioria mulheres e crianças. Essas operações também prejudicaram o envio de suprimentos essenciais à região. A ofensiva israelense foi uma resposta aos ataques violentos promovidos pelo grupo terrorista na cidade de Jerusalém.