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sábado, 06/09/2025

Gaza enfrenta terror com ataques e destruição

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Setecentos dias se passaram desde o ataque de 7 de outubro de 2023, uma data simbólica que também marca o aumento dos bombardeios em Gaza. Na sexta-feira (5/9), o Exército israelense demoliu uma torre residencial no centro de Gaza e anunciou que as operações militares irão se intensificar nos próximos dias.

Diante da escalada, moradores aterrorizados começam a obedecer às ordens de evacuação e deixam as áreas alvo. Segundo o Exército israelense, a população foi avisada previamente para minimizar danos aos civis. Em nota oficial, os militares afirmaram que o Hamas havia instalado na torre infraestruturas utilizadas para preparar e executar ataques contra forças israelenses.

A torre caiu como um castelo de cartas, marcando o início da denominada “guerra das torres”, conforme explica Eyad Amawi, coordenador de ajuda humanitária de ONGs locais. Ele comenta que em Gaza, uma torre pode abrigar mais de cem apartamentos, às vezes até duzentos, devido à alta densidade populacional e verticalização das construções.

“Quando uma torre é destruída, centenas de famílias perdem suas casas de uma só vez. A explosão também atinge prédios vizinhos, derrubando bairros inteiros”, relata. Para ele, é uma estratégia de controle baseada na destruição, medo e bombardeios contínuos, que força a população a fugir mesmo sem ordens diretas.

A situação humanitária piora. Muitos moradores não conseguem se deslocar. A dúvida é cruel: ficar e arriscar a vida, ou partir – mas para onde? Souheila, moradora de Gaza, já recebeu ordens de evacuação várias vezes e hoje está desabrigada.

“Fui deslocada quatro vezes sob tiros de drones e tanques. Saímos de casa sem nada, sem roupas, sem sapatos. Estamos descalços. Estou sobre os escombros de uma casa bombardeada. Dormimos no chão, sem colchão, sem cobertor. Mas tivemos que sair, o medo das bombas era insuportável”, conta.

Alguns conseguem fugir para o sul da Faixa de Gaza, mas muitos não têm recursos e só se deslocam alguns quilômetros, como relata Abderrahmane. “Sou de Jabalia e fui deslocado com minha família para o noroeste, no bairro egípcio, a sete quilômetros. Foi difícil sair sob bombardeios, muito arriscado. Para chegar aqui, tive que pagar mil shekels, cerca de €250”, diz. Atualmente, ele vive em uma tenda, com acesso limitado à água e teme ter que fugir novamente.

O Exército israelense diz controlar cerca de 75% da Faixa de Gaza e 40% da cidade de Gaza, querendo tomar a cidade, último reduto do Hamas no território palestino. Um alto comandante militar afirmou que até um milhão de pessoas podem ser forçadas a deixar Gaza rumo ao sul.

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