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quinta-feira, 26/06/2025




Galípolo: medidas claras para alcançar a meta de inflação mostram impacto da alta da Selic

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Em Brasília

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (26) que as projeções do Banco Central levam em conta dados do relatório Focus, incluindo a curva de juros. Ele reforçou que o objetivo principal da autoridade monetária é atingir o centro da meta de inflação.

“Há diferentes maneiras de atingir o centro da meta, que é o foco principal. Estamos totalmente comprometidos com esse objetivo. Acho que nossas ações são evidentes, considerando a intensidade dos ajustes restritivos na política monetária realizados nos últimos meses”, declarou Galípolo, durante coletiva para comentar o Relatório de Política Monetária (RPM) do segundo trimestre.

Galípolo explicou que, ao comunicar que os efeitos da política monetária restritiva ainda estão por vir, o Banco Central está apenas relatando um fato.

Ele destacou a importância de manter uma posição “agnóstica e transparente” sobre o que a autoridade pode prever. “Os juros que a economia sente hoje não correspondem ao patamar atual da Selic, devido às defasagens e à velocidade das mudanças. Isso justifica uma pausa no ciclo de aperto para analisar se o nível de juros atualmente é suficientemente restritivo”, acrescentou.

Balanço de riscos

Questionado sobre se o balanço de riscos para a inflação está equilibrado, Galípolo evitou dar uma resposta definitiva, explicando que essa estratégia busca eliminar interpretações mecânicas sobre como os riscos podem influenciar a política monetária.

O Banco Central deixou de classificar o balanço de riscos como “assimétrico para cima” em maio, quando passou a identificar três riscos para baixo e três para cima. No entanto, a autarquia não considera o balanço simétrico, ressaltando que os extremos do balanço aumentaram.

“É importante avaliar o peso e a probabilidade de cada risco individualmente. Por isso, usamos termos como ‘mais assimétrico’ ou ‘menos assimétrico’, evitando interpretações mecânicas”, explicou Galípolo.

O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, também presente na coletiva, comentou que o mais relevante é o aumento dos riscos em ambas as direções.

Diálogo com o ministério

Galípolo destacou a frequência com que conversa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e manifestou apoio às decisões recentes do Comitê de Política Monetária (Copom).

Recentemente, Haddad afirmou que o ciclo de alta da Selic, que chegou a 15% ao ano após último reajuste de 0,25 ponto percentual, foi iniciado pelo antecessor de Galípolo, Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Galípolo explicou que mantém diálogo constante com o ministro e que isso se reflete no alinhamento das ações e entendimentos entre eles.

Ele também comentou sobre a reunião de dezembro, quando Campos Neto ainda presidia o BC e Galípolo estava indicado como sucessor. Na ocasião, foram definidas altas graduais da Selic. Galípolo ressaltou o gesto de generosidade de Campos Neto ao permitir que ele desempenhasse papel de destaque durante a transição.

Estimativas econômicas

Galípolo reiterou que o Banco Central evita mudanças frequentes em estimativas econômicas para não gerar volatilidade nos mercados, respondendo a questionamento sobre o hiato do produto.

Ele destacou que, nos últimos quatro anos, houve surpresas positivas sistemáticas em relação ao crescimento do PIB, devido a fatores como boas safras agrícolas e estímulos ao consumo. Apesar disso, reconheceu que ainda há desafios para identificar ganhos claros de produtividade além do setor agropecuário.




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