Gabriel Galipolo, presidente do Banco Central, afirmou que o mercado internacional continua incerto principalmente após as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos em 2 de abril. Ele ressaltou que o mercado de câmbio no Brasil é flutuante e que o Banco Central não interfere diretamente nele.
Galipolo destacou que o câmbio influencia a inflação através do mecanismo chamado de pass-through, e que manter o câmbio flutuante é uma estratégia importante para proteger a economia brasileira. Segundo ele, o Banco Central atua apenas para garantir que o mercado funcione corretamente.
Sobre o impacto do aumento das tarifas dos EUA, Galipolo explicou que o Brasil possui uma economia menos dependente dos Estados Unidos e uma pauta de exportação mais diversificada, o que reduz os efeitos negativos desse tarifaço para o país.
Ele lembrou que no início de 2025, quando as discussões sobre tarifas começaram a crescer, acreditava-se que países mais ligados à economia dos EUA seriam mais afetados, mas essa visão vem mudando.
Galipolo observou que ainda é cedo para saber se os eventos atuais no comércio mundial serão permanentes ou temporários. No entanto, acredita que a incerteza causada pelas decisões da política econômica dos EUA deve diminuir conforme as tarifas forem se consolidando, o que é uma situação melhor do que a própria tarifa estar indefinida.
O presidente do Banco Central também ressaltou o impacto da incerteza nas decisões econômicas, como investimentos e consumo. Ele apresentou dados que mostram a importância da economia dos Estados Unidos no cenário financeiro global, destacando que os EUA representam cerca de 25% do PIB mundial, 10% do comércio, 50% dos ativos financeiros e mais de 70% do total de ativos investíveis.
Com a relevância dos EUA e os avanços esperados na inteligência artificial, Galipolo comentou que o mercado norte-americano é um dos mais importantes e praticamente inevitáveis para quem deseja estar atento a esses riscos econômicos.