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sábado, 27/12/2025

Galípolo: cenário avança no ritmo esperado pelo BC, mas pode ser mais lento

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Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, declarou nesta quinta-feira, 27, que os acontecimentos econômicos estão seguindo a direção desejada pela autoridade monetária, embora não tão rapidamente quanto ele gostaria. Ele explicou que as medidas de política monetária estão funcionando, mas de forma lenta, diante de uma economia que demonstra resistência aos ajustes realizados.

O presidente enfatizou que a estratégia é continuar analisando os dados com calma, sem se apegar a números isolados, mantendo humildade para comunicar o que realmente está sendo observado, reconhecendo a complexidade do cenário.

Confiança

Galípolo ressaltou que a credibilidade do Banco Central é fruto de um trabalho coletivo, construído ao longo do tempo pela instituição e seus técnicos qualificados, e não de um único indivíduo.

Embora seja desafiador ser o responsável pela autoridade monetária no Brasil, ele reconhece o legado e o esforço dos profissionais envolvidos no trabalho da autarquia.

Desafios econômicos

O presidente também mencionou que o Banco Central tem observado algumas surpresas na relação entre diferentes variáveis econômicas, como a taxa de juros alta e a queda do desemprego, que surpreendem até especialistas estrangeiros.

Essa situação reflete questões estruturais do Brasil, que precisa manter taxas de juros elevadas para controlar a economia, mesmo que isso cause certos ruídos nas correlações tradicionais.

Apesar dessas dificuldades, Galípolo afirmou que a trajetória da inflação está alinhada com as expectativas do Banco Central e que a desaceleração econômica está ocorrendo de forma gradual, evitando impactos bruscos no crescimento.

Ele reforçou que o compromisso da autarquia é ajustar a taxa Selic conforme necessário para alcançar a meta de inflação.

Além disso, destacou que, apesar do crescimento econômico, os ganhos em produtividade são baixos e ainda insuficientes para garantir um crescimento sólido e sustentável.

Situação fiscal e eleições

Galípolo comentou que há uma percepção de que as políticas fiscais recentes, embora apresentadas como neutras em termos orçamentários, impactam a demanda de forma diferente devido à forma como a renda é distribuída.

Ele salientou que anos eleitorais podem trazer maior volatilidade, mas o Banco Central se mantém focado em seu mandato, analisando como as mudanças influem na inflação e na demanda, sem julgar os resultados eleitorais.

A meta de inflação contínua é importante, pois permite ao BC atuar olhando além do ano eleitoral, mantendo a estabilidade econômica.

Crédito e políticas futuras

Gabriel Galípolo informou que o mercado de crédito no Brasil continua crescendo, mesmo com a taxa Selic alta, o que exige cautela e vigilância por parte do Banco Central.

O novo modelo de financiamento imobiliário lançado pelo governo tem potencial para fortalecer a política monetária, reduzindo distorções e aproximando as taxas aos níveis de mercado.

Desde o início de sua gestão, Galípolo tem enfatizado a importância da normalização da política monetária, que dependerá de diversas reformas, algumas fora do alcance do Banco Central, mas que ele espera avançar nos próximos três anos.

Ele também mencionou medidas para reduzir os juros do crédito pessoal, como o aumento da colateralização, e destacou que a plataforma Drex deve facilitar liquidez e garantias, não funcionando como uma moeda digital do banco central.

Estadão Conteúdo

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