O presidente do Chile, Gabriel Boric, expressou na quinta-feira (11/9) sua opinião sobre a sentença imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma postagem nas redes sociais, Boric destacou a resiliência da democracia brasileira, que superou uma tentativa de golpe de Estado e está agora responsabilizando os envolvidos.
“Respeito imenso à democracia brasileira, que enfrentou uma tentativa de golpe e agora responsabiliza seus autores. Tentaram destruir, mas ela sai mais forte. Democracia sempre.”
A declaração de Boric reforça o clima de cooperação e entendimento nas relações diplomáticas entre Brasil e Chile, que se vêm fortalecendo recentemente.
Sentença contra Bolsonaro
A declaração veio logo após a Primeira Turma do STF sentenciar Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Deste período, 24 anos deverão ser cumpridos em regime fechado. É a primeira vez na história que um ex-presidente brasileiro recebe sentença por crimes contra a democracia.
O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, sugeriu a pena de 27 anos e três meses, que inclui 24 anos e 9 meses de prisão, 2 anos e 6 meses de reclusão e uma multa de 124 dias. O ministro Flávio Dino endossou a proposta, sugerindo que a multa correspondesse a 124 dias-multa, equivalente a dois salários mínimos cada uma, o que foi aceito por Moraes.
Os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Turma, também acompanharam o relator. Apenas o ministro Luiz Fux divergiu, votando pela absolvição total de Bolsonaro, e não participou da fixação da pena.
Assim, a condenação foi decidida por 4 votos contra 1, confirmando a acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes que incluem: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolir de forma violenta o Estado Democrático de Direito, além de danos qualificados e destruição de patrimônio protegido.