Mark Carney, o primeiro-ministro do Canadá, anunciou nesta terça-feira (17) um suporte militar de 1,47 bilhão de dólares (8,05 bilhões de reais) para a Ucrânia durante a cúpula do G7, que ocorreu nas Montanhas Rochosas do Canadá, onde também recebeu o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. O apoio ocorre em meio a intensificação dos ataques russos.
Em Kiev, pelo menos 10 pessoas faleceram em bombardeios na terça-feira, representando uma das ações mais letais contra a capital desde o começo da invasão russa em 2022, em um momento em que as negociações de paz estão paradas.
Carney, anfitrião da reunião dos líderes do G7, garantiu “total solidariedade com a Ucrânia”. Além do auxílio militar, ele anunciou novas sanções contra a Rússia para aumentar a pressão sobre o presidente Vladimir Putin.
O governo canadense detalhou que o suporte militar de 2 bilhões de dólares canadenses (8,05 bilhões de reais) inclui drones, munições e veículos blindados.
Zelensky ressaltou que o ataque em Kiev reforça a necessidade de apoio crescente dos aliados da Ucrânia. “Nossas famílias enfrentaram uma noite muito difícil, foi um dos maiores ataques desde o início da guerra”, declarou ao lado de Carney.
“Trata-se de uma grande tragédia para nós e precisamos do suporte dos nossos parceiros”, completou.
Apoio financeiro e aperto nas sanções
Carney anunciou também um empréstimo adicional de 2,3 bilhões de dólares canadenses (9,2 bilhões de reais) destinado à reconstrução da infraestrutura e dos serviços públicos ucranianos. Ele uniu forças com o Reino Unido para implementar sanções mais rigorosas contra a chamada “frota fantasma” russa, usada para contornar as sanções internacionais sobre as exportações de petróleo.
O governo britânico indicou sua intenção de intensificar a pressão econômica contra a Rússia, para mostrar ao presidente Putin que é urgente cessar o conflito.
“Essas sanções atingem o núcleo da máquina de guerra de Putin, limitando sua capacidade de continuar sua brutal guerra na Ucrânia”, afirmou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em comunicado.
Enquanto isso, legisladores americanos prepararam um novo pacote de sanções contra a Rússia, embora o presidente Donald Trump demonstre incertezas, buscando preservar relações com Putin, com quem manteve comunicação recente por telefone antes da cúpula do G7.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que, mesmo com a atenção voltada para a crise no Oriente Médio, o G7 – formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália e Japão – continuará a focar na situação da Ucrânia.
A saída abrupta de Trump da cúpula na noite de segunda-feira, em meio à guerra entre Israel e Irã, foi vista com críticas por diplomatas do G7, que apontaram que as discussões podem se tornar mais fluidas, mas com menos impacto devido à ausência da maior potência mundial.