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sexta-feira, 21/11/2025




G20 sem Trump, Putin, Xi e Milei mostra divisões globais

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O governo dos Estados Unidos negou veementemente sua participação na reunião do G20 na África do Sul, o que aumentou a tensão entre os dois países. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, havia afirmado que Washington mudou sua postura sobre o boicote ao evento. A Casa Branca esclareceu que o embaixador dos EUA participará apenas da cerimônia de transição, já que a próxima cúpula será na Flórida, mas não estará presente nas negociações formais.

África do Sul e Estados Unidos têm enfrentado várias disputas desde que Donald Trump voltou à presidência este ano. Recentemente, ao anunciar que não enviaria representante em protesto contra o que qualificou como “racismo” contra brancos no país, Trump pediu que a África do Sul não fizesse a declaração final conjunta do encontro.

A cúpula do G20 em Joanesburgo é considerada um evento incerto, segundo o jornal francês Les Échos. É a primeira vez que a reunião ocorre na África, mas será marcada por ausências importantes. Além do presidente Donald Trump, de Estados Unidos, Xi Jinping, da China, Vladimir Putin, da Rússia, e Javier Milei, da Argentina, também não estarão presentes. A cúpula expõe divisões geopolíticas, mas oferece à África do Sul a chance de reforçar sua liderança regional e destacar os interesses do continente.

Trump optou pelo boicote, deixando os EUA sem representação oficial, o que cria tensão com Pretória quanto à declaração final. Xi Jinping será representado pelo premiê Li Qiang, enquanto Vladimir Putin evita o evento, temendo uma possível prisão devido a um mandado da Corte Penal Internacional, do qual a África do Sul faz parte.

Cyril Ramaphosa deseja que o encontro seja um sucesso. A ausência americana abre espaço para outras potências, como a União Europeia e a China, ampliarem sua influência. A África do Sul foca em temas essenciais para o continente: redução de riscos de desastres, transição energética, minerais estratégicos e a crise da dívida dos países em desenvolvimento, que atinge US$ 31 trilhões, limitando investimentos. Um relatório sugere usar reservas de ouro do FMI para aliviar essas pressões.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, está presente, assim como o presidente francês Emmanuel Macron. Lula chegou a Joanesburgo e expressou apoio à África do Sul. Já Macron pretende reforçar o multilateralismo durante a cúpula.

A programação inclui discussões sobre minerais críticos, desenvolvimento econômico, comércio global, mudanças climáticas, transição energética e redução de riscos de desastres naturais. A União Europeia planeja discutir, paralelamente à cúpula, o plano americano de paz para a Ucrânia, que propõe concessões territoriais à Rússia, gerando desconforto na Europa.

Esta reunião em Joanesburgo finaliza a série de presidências do G20 de países do Sul Global, após Indonésia, Índia e Brasil, que trouxeram à tona temas como desenvolvimento sustentável e desigualdade. Na sequência da cúpula do G20, ocorrerá em Luanda uma reunião União Europeia-União Africana, com participação de Emmanuel Macron.




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