O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux mantém-se apartado e é o único que não participa com comentários ou interrupções na sessão desta quinta-feira (11/9) referente ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete de seus aliados, acusados de compor o “núcleo essencial” da tentativa golpista de 2022.
Após solicitar que seus pares respeitassem um acordo para que não houvesse interrupções e falar por mais de 12 horas em seu voto, Fux continuou em silêncio, com a mão no queixo, olhando para baixo, focado em seu computador e documentos à sua frente.
Isolado, o ministro foi o único, até o momento, a votar contra a condenação dos réus.
Durante as discussões, os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia chegaram a contestar argumentos apresentados para inocentar os acusados de organização criminosa, tentativa violenta contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça ao patrimônio da União e à preservação de patrimônio protegido. Fux manteve-se em silêncio.
Estado do julgamento
A Primeira Turma do STF alcançou maioria nesta quinta-feira (11/9) para condenar Bolsonaro e sete de seus aliados.
Cármen Lúcia aceitou integralmente a denúncia da Procuradoria-Geral da República e acompanhou os votos de Alexandre de Moraes e do ministro Dino. Assim, o placar do julgamento chega a 3 a 1 favorável à condenação. Em seguida, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, iniciou seu voto, sendo o último a votar.
Há previsão de que os ministros definam as penas ainda nesta quinta-feira.